Uma assembleia, realizada na tarde desta quarta-feira (22), reafirmou o estado de greve dos rodoviários de Salvador. Ao Portal Massa!, o presidente do sindicato da categoria, Helio Ferreira, esclareceu o que impediu a negociação com os empresários de ir para frente e aproveitou para orientar a população acerca da possível greve.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, a comissão participou de doze rodadas de negociações com os empresários, mas todas as contrapropostas “são pra tirar direito dos trabalhadores”. “Foi proposta de não botar cobrador para trabalhar final de semana, tiveram propostas de aumentar a quantidade de horas de jornada de contrato… são várias, mas tudo contra a pauta da gente, de retrocesso, de reduzir direitos [dos trabalhadores] e armadilhas para tentar tirar os cobradores”, explicou.
Ainda segundo Hélio Ferreira, as contrapropostas apresentadas aos rodoviários foram rejeitadas, entretanto a categoria reconsiderou a condição de 1.24% de reajuste salarial. “Foi uma nova forma de negociação. Com o Ministério Público do Trabalho e Empregos na mesa, vamos ver se avança”, disse.
“Nós reduzimos a nossa pauta em 50%: de 44 itens, colocamos 22 itens para tentar fazer uma margem de negociação e ver quantos itens vão ficar. Mas a questão salarial é uma das coisas que a gente não abre mão”, afirmou Hélio Ferreira.
Após a assembleia realizada na tarde desta quarta, o presidente do Sindicato dos Rodoviários confirmou ainda que há grande chance de paralisação da categoria, mas o martelo será batido apenas depois de uma reunião marcada para acontecer nesta quinta-feira (23), às 14h, na sede da Superintendência Regional do Trabalho.
“A partir dela [reunião de quinta] vamos definir pelo acordo ou pela greve. De antemão, a gente ainda está nesse processo, então vamos aguardar o que vai ser construído amanhã. Depois dessa reunião, vamos sentar e ver qual é o melhor dia que a gente possa deliberar para começar a greve. Já estamos em estado de greve”, explicou.
A greve dos rodoviários só pode ser iniciada 72 horas após liberação do decreto. Hélio Ferreira orientou a população a estar preparada para a paralisação, entretanto há esperança de “nascer uma nova proposta que evite a greve”.
“A gente pegou autorização aqui [na assembleia da categoria] para definir se vai ter greve ou não. A única questão é poder haver uma nova proposta que evite a greve”, finalizou.