As dificuldades, pedidos por melhores condições e a luta diária de mães atípicas foram debatidas, ontem (14), durante o evento 'Escutando Elas', promovido pelo Núcleo de Assistência Comunitária (NAC Bahia).
Realizado no Clube dos Oficiais, no bairro Dendezeiros, em Salvador, o encontro reuniu, além das responsáveis por crianças e adolescentes que possuem autismo, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outros tipos de distúrbios neurológicos, representantes da Prefeitura e Governo do Estado.
Em entrevista ao MASSA!,Teka Lima, presidente e idealizadora do NAC, contou que, frequentemente, o núcleo promove eventos com esse público, no entanto, o de ontem teve uma abrangência ainda maior.
"Esse diálogo com as duas esferas é muito necessário porque a comunidade realmente precisa tanto da ajuda do município, quanto da ajuda governamental. Então, nós consideramos de suma importância esse encontro com as duas esferas. Aqui, essas mães vão poder dialogar com a prefeitura e com o Estado, expressando as suas necessidades, as suas dores", declarou.
Ainda de acordo com a gestora, além de suporte para as crianças e adolescentes, o NAC também tem a preocupação com o bem-estar e a saúde dessas mães atípicas. "A nossa missão é cuidar delas também, até mesmo para que elas tenham condições de seguir", completou Teka.
O NAC fica localizado nos Mares, região da Cidade Baixa, e está à disposição da população. Informações sobre como ser atendido pelo núcleo podem ser adquiridas por meio do instagram @nacbhia.
"Também orientamos essas mães a como recorrer a direitos previdenciários e outros serviços públicos. Nesse encontro, além de pessoas daqui de Salvador, há mães e representantes de outras cidades, como Alagoinhas e Jiquiriçá, para que essa rede seja, cada vez mais, fortalecida”, pontuou Teka.
Luta das mães é diária
Gidalva de Matos Vieira, mãe de um adolescente autista, de 12 anos, já frequenta as ações do NAC. E, para ela, ter a oportunidade de apresentar as causas da categoria para representantes do poder público, ajuda a tornar a luta delas mais evidente.
"É uma instituição que nos abraça e ajuda muito, mas precisa do apoio da sociedade e do governo municipal e estadual para que o projeto continue crescendo. E esse encontro permite que a gente discuta o que está em falta e do suporte que nós, mães atípicas, precisamos porque não é fácil. O preconceito está aí, a falta de respeito com os autistas também”, lamentou Gidalva, em conversa com o MASSA!.