Sendo um dos escolhidos para fazer parte da mesa ‘TV Bahia apresenta: Negritudes em ascensão’, na Bienal do Livro Bahia 2024, nesta segunda-feira (29), Muller Nunes comentou sobre o julgamento que as pessoas negras sofrem devido à cor da pele. Citando a própria carreia profissional, o jornalista revelou que muitos já duvidaram da sua inteligência.
“À medida que a pele da pessoa negra é mais escura, mais racismo ela sofre e mais lugares ela deixa de alcançar simplesmente porque o olhar do outro, muitas vezes, é de um olhar para essas pessoas e não enxergar o trabalho intelectual dela. Só enxerga nela a capacidade de fazer um trabalho braçal ou um trabalho de servidão”, iniciou.
Enfatizando que não estava desmerecendo nenhum tipo de trabalho, Muller destacou que “nós somos capazes de fazer qualquer coisa” com muito estudo e dedicação. Ele, que estava acompanhado de Vanderson Nascimento e Luana Souza, deixou claro também que alcançou, hoje, um papel de destaque porque se empenhou quando ainda era repórter em uma emissora lá em Luis Eduardo Magalhães.
“Porque muitos ainda me perguntam, ‘Muller, e como é que você chegou aí? Você conhece alguém, né? Você foi indicado! Deve ser uma indicação, não é possível?! Então, deve ser filho de alguém, primo, parente’. Tem muito disso! Mas assim, é preciso ter qualidade”, continuou.
Muller ainda refletiu sobre como o racismo faz a pessoa duvidar de si mesma. “ Tem algo que sempre vem à tona, em fala de outros dos nossos, que é se provar, né?! Duas, três, quatro, cinco vezes. Você não pode ser apenas bom, você tem que ser bom, ótimo, excelente e muito melhor do que os outros”, completou.
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