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é a cena - 02/05/2025, 06:00 - Vitória Sacramento

Mulheres do hip-hop brotam em evento realizado em Salvador

O fórum se tornou um espaço de intercâmbio, formação e fortalecimento das mulheres negras e periféricas

Evento segue até domingo (4)
Evento segue até domingo (4) |  Foto: Foto José Simões/Ag A TARDE

Mulheres interessadas pelo universo do hip-hop e em busca de conexão com outras atuantes na área já podem aproveitar uma oportunidade especial. Foi realizada, na tarde desta quinta-feira (1º), no Cine Teatro 2 de Julho, a abertura oficial do 10º Fórum Nacional de Mulheres no Hip-Hop.

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O evento, promovido pela Frente Nacional de Mulheres no Hip-Hop e pelo Instituto Social EUMELANINA de Arte, Cultura e Educação, segue até domingo (4) e reúne artistas, produtoras, MCs, DJs, BGirls, grafiteiras e outras mulheres que protagonizam a cena do hip-hop em todo o Brasil.

Com o objetivo de dar visibilidade à atuação feminina no movimento, o fórum se tornou um espaço de intercâmbio, formação e fortalecimento das mulheres negras e periféricas. Nesta edição, o evento apresenta como novidade a integração dos cinco elementos da cultura Hip-Hop, MC, DJ, break, grafite e conhecimento, acontecendo simultaneamente. Também foi lançado o espaço “Cuide-se”, voltado ao autocuidado, com serviços como tranças, maquiagem e relaxamento, tudo gratuitamente.“Esse é um espaço de fortalecimento. A cada ano, é como se fosse um respiro, uma força para continuar lutando”, explicou Udimila Oliveira, conhecida como Udi Santos, coordenadora do Instituto EUMELANINA e uma das organizadoras do fórum.

Descentralizado, o evento também ocupará espaços em bairros periféricos de Salvador, como Paripe, além de instituições como o Colégio Estadual Barros Barreto, a Escola Fernando Presídio e a Praça João Martins, onde acontecerá o encerramento. A expectativa é de um público entre 200 e 300 pessoas por dia, composto majoritariamente por mulheres, mas também com a presença de aliados homens que apoiam a luta por equidade de gênero.

Para a grafiteira e educadora Andressa, conhecida como Monique, o fórum é um marco importante: “É a primeira vez que haverá uma premiação para grafiteiras dentro do movimento Hip-Hop. Isso é histórico. Quem vencer vai receber R$ 2 mil, fruto de uma votação popular e de um júri técnico. Isso nunca aconteceu no grafite”.

A professora sergipana Isabele Santos Lima, a Mali, que participa do fórum pela segunda vez, destacou a importância da escolha dos espaços: “Trazer o Hip-Hop para o teatro e ao mesmo tempo para a periferia é um ato político. Está tudo muito bem organizado e pensado para que a gente se sinta à vontade”.

Com uma programação intensa que inclui shows, batalhas, mutirão de grafite, plenárias e rodas de conversa, o fórum segue até amanhã, celebrando a arte, a resistência e o protagonismo das mulheres no Hip-Hop. A entrada é gratuita e aberta ao público. “Enquanto houver machismo, feminicídio e misoginia, precisamos desses espaços exclusivos para mulheres. Quando isso acabar, aí sim não será mais necessário”, concluiu Udi Santos, destacando que o evento é também uma luta por políticas públicas e reconhecimento institucional.

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