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Ovulário - 01/08/2023, 10:04 - Everton Santos

Mulheres debatem o acesso à justiça

No último dia do mês que celebra o Julho das Pretas, uma roda de conversa reuniu mulheres egressas para tratar sobre o tema

Mulheres reunidas no Julho das Pretas
Mulheres reunidas no Julho das Pretas |  Foto: Reprodução

A Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA) e a Tamo Juntas, uma assessoria multidisciplinar e gratuita para mulheres, encerraram o Julho das Pretas com chave de ouro com o Ovulário “Mulheres Negras e Acesso à Justiça”, na tarde dessa segunda-feira (31).

Ovulário é uma palavra que tem sido utilizada por coletivos feministas em contraponto ao seu sinônimo que é centrado no homem, o seminário. A proposta para o encerramento da agenda de julho foi reunir mulheres para um ovulário que tratou sobre o acesso à justiça das mulheres no estado.

Letícia Ferreira, diretora da Tamo Juntas, destacou qual foi o objetivo do encontro e o que eles ofereceu às mulheres que estiveram presentes na sede da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol), no Pelourinho.

“É um debate sobre o percurso, o papel das mulheres negras no sistema de justiça, que tem muito expressa a questão do racismo estrutural”, explicou. “O racismo está expresso na vivência dessas mulheres seja no momento em que elas buscam a justiça para proteção de sua vida, seja quando buscam por reparação de violências sofridas”, destacou.

Para além da prestação de serviços de assessoria jurídica para essas mulheres, o evento também promoveu uma roda de conversa sobre o encarceramento dessas mulheres e suas realidades quando se tornam egressas do sistema de justiça.
A advogada e educadora jurídica da RENFA, Lorena Pacheco, também ressaltou que os movimentos que participam dessa articulação se colocam à disposição dessas mulheres em outros diversos momentos.

“Além de debater a questão das trajetórias dessas mulheres e o acesso delas à justiça, principalmente aquelas que são egressas do sistema prisional, a gente também vai oferecer o atendimento jurídico gratuito, proporcionando a elas, a partir desses movimentos sociais, uma nova perspectiva de acesso a justiça”, destacou Lorena.

Depoimentos

Na roda de conversa, uma das falas mais importantes foi da Lucinha Soares, do Gabinete Feminista Antirracista, que é uma egressa, e falou um pouco sobre as suas vivências. “É muito importante sair e saber que tem curso, palestra, apoio processual. Esses grupos foram muito importantes pra mim, eu vivi um sofrimento que foi a tornozeleira eletrônica.

Cheguei a um ponto de pensar que era melhor ter ficado lá dentro do que estar aqui usando ela. A gente quer ressocializar, mas com a tornozeleira não temos essa oportunidade. Se a gente põe uma calça, dá pra ver, um short dá pra ver, se a gente vai atrás de um emprego, ninguém dá. É muito difícil”, disse.

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