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História e cultura - 05/09/2025, 05:45 - Vitória Sacramento*

Mulheres aprendem as manhas para fazerem um turbante diferenciado

Durante quatro dias, cerca de 30 mulheres participaram gratuitamente da capacitação

Mulherada colocou as mãos na massa
Mulherada colocou as mãos na massa |  Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Carinhosamente chamado de “coroa”, o turbante é mais do que um adereço estético: é símbolo de ancestralidade, resistência e identidade. Pensando nesse significado, o projeto Afroestima, da Prefeitura de Salvador, promoveu a oficina “Artes e Ofícios: Amarração de Turbantes”, que teve encerramento na manhã desta quinta-feira (4), na sede da Associação Nacional das Baianas de Acarajé e Mingau (Abam), na Praça da Cruz Caída, no Pelourinho.

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Durante quatro dias, cerca de 30 mulheres, baianas de acarajé e de receptivo turístico, participaram gratuitamente da capacitação, realizada pelo Instituto Iris, em parceria com o Conselho Britânico e a Prefeitura. O curso uniu prática, história e troca de experiências, culminando em desfiles e depoimentos das participantes.

A professora Laís dos Santos, administradora de formação e facilitadora cultural, conduziu a oficina. Para ela, o turbante é uma coroa que simboliza força e pertencimento: “Usar o turbante é afirmar quem eu sou, honrar minha ancestralidade e impor respeito. Ele protege nossa cabeça, nosso ponto de equilíbrio, e comunica ao mundo a nossa identidade”, destacou.

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres aprendem as manhas para fazerem um turbante diferenciado
Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

A oficina foi além das técnicas de amarração. As participantes aprenderam sobre tecidos, cores e contextos de uso, além de compartilhar vivências pessoais. Segundo Laís, o aprendizado é uma via de mão dupla: “Eu ensino, mas também aprendo com elas. Cada amarração é única, traz a energia e a intenção de quem a faz”.

A cabeleireira e baiana de acarajé Tayana Silva Conceição, de 49 anos, contou que a experiência mudou sua vida: “Hoje eu tenho minha coroa produzida por mim mesma. Levo desse curso não só o conhecimento das amarrações, mas também amizades e abraços. Foi incrivel”.

Já a autônoma Márcia Regina Gomes Mireles, de 38 anos, que já trabalha com a produção e venda de turbantes desde 2018, reforçou a importância da oficina como espaço de crescimento: “Não é só sobre aprender amarrações. É convivência, troca de experiências e calor humano. Para mim, foi uma vivência ímpar”.

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres aprendem as manhas para fazerem um turbante diferenciado
Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Símbolo vivo da cultura afro-brasileira, as baianas de acarajé são guardiãs de tradições reconhecidas como patrimônio cultural imaterial do Brasil. Para elas, o turbante não é apenas ornamento, mas elo com a espiritualidade, a história e o empreendedorismo.

A coordenadora da Abam, Andréa de Santos Silva, celebrou a iniciativa: “Esse projeto é importante porque nos une. No dia a dia, no tabuleiro, prevalece a correria e até a concorrência. Aqui, tivemos quatro dias de acolhimento, aprendizado e construção coletiva”.

Com o sucesso da primeira turma, uma segunda edição já está confirmada para os dias 8 a 11 de setembro, com todas as vagas esgotadas.

*Sob supervisão do editor Jefferson Domingos

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Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

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