O pedido por celeridade na elucidação da morte de mãe Bernadete, assassinada no dia 17 de agosto, foi uma das principais reinvidicações do 29º Grito dos Excluídos e Excluídas, nesta quinta-feira, durante o desfile de 7 de Setembro.
Com saída da praça do Campo Grande, o grupo reuniu centenas de pessoas, que apresentaram diferentes pautas sociais. Aos gritos e com cartazes, integrantes de grupos quilombolas pediram que as autoridades públicas, em especial o governador do Estado, Jerônimo Rodrigues, exija mais empenho por parte da SSP nas investigações sobre a morte de Mãe Bernadete.
"É um crime que precisa ser esclarecido. Tem que saber que são os autores, se houve mandantes, para que se possa punir. Além disso, era uma mulher negra de religião matriz africana e estava numa luta em prol do bem-estar do seu povo, da sua gente. E não podemos aceitar esse tipo de coisa na nossa sociedade que cada vez mais exclui os negros, os LGBTQI+, os pobres, as mulheres", destacou o padre José Carlos, um dos coordenadores do Grito dos Excluídos e Excluídas.
Apesar de familiares da ialorixá não estarem presentes no desfile de Salvador, membros do grupo Educafro representaram a família de Mãe Bernadete. "Os familiares dela não vieram porque estão participando de um movimento desse em Simões Filho. Mas estamos aqui para cobrar as elucidações dos crimes de Binho do Quilombo e de Mãe Bernadete, que foram assassinados de forma cruel. E nós ainda não sabemos quem executou esses quilombolas. Por isso viemos protestar e exigir das autoridades a elucidação desses crimes brutais contra o povo negro", declarou Marinho Soares, coordenador-geral do Educafro.
Primeiras prisões
Vale lembrar que no último dia 4, a SSP divulgou durante entrevista coletiva que três homens envolvimento na morte da líder quilombola e ialorixá Bernadete Pacífico, foram presos na Bahia.
Dentre os capturados, segundo a SSP estão: um suspeito de ser um dos executores do crime, Um homem suspeito de guardar as armas do delito e preso por porte ilegal de arma de fogo, e mais um suspeito de receptação dos celulares da líder quilombola e de familiares, roubados durante o homicídio, ocorrido no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
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