
Moradores de Itapuã e bairros vizinhos participaram, nesta quarta-feira (5), da 38ª Festa da Baleia de Itapuã que, tradicionalmente, acontece na Quarta-Feira de Cinzas. Com concentração no Parque Metropolitano do Abaeté , o movimento cultural fez um percurso de aproximadamente 2km para lançar a baleia ao mar com a ajuda de pescadores.
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Durante o trajeto, representantes da comunidade local, lideranças comunitárias e moradores realizam atos que alertem o público sobre a valorização e importância da cultura da região. Para a realização desse evento, também é colocado à disposição um trio elétrico utilizado para discurso e apresentação de grupo musical que ajuda a tornar a caminhada mais completa.
“Esse ano, a festa está com uma temática que faz referência ao circuito das águas. Então, uma baleia está decorada de Oxum e a outra até de Iemanjá. Esse rito tem uma dimensão simbólica que é indiscutível. Quando a baleia chega ao mar, as pessoas cantam. Já houve situações de até eu receber oferendas para colocar junto. Imagina uma festa meramente lúdica e ter uma relação com o sagrado?”, disse Ives Quaglia, responsável pela produção da baleia, que é feita de materiais leves, a exemplo do isopor.

Esbanjando longevidade, alegria e muita disposição, Ulysses Dos Santos, 83 anos, que participa do movimento há mais de 20 anos, conta sobre sua relação com o evento da 'Despedida da Baleia'.
"Meus pais e avôs foram pescadores. Eu tive um avô que era aguardado de baleia. Moro em Itapuã desde criança. E esse desfile fala sobre a nossa história, moradores de Itapuã. Para o desfile de hoje produzi um cavalo marinho que também faz parte do mar, das águas”, contou Ulysses em entrevista ao MASSA!.

Apesar de ser um evento local, a Despedida da Baleia atrai muitas pessoas, e, por causa disso, é necessário contar com o apoio de órgãos estaduais e municipais. Enquanto a Transalvador organizava o trânsito, impedindo que veículos transitassem pelo desfile, a Polícia Militar garantia a segurança. “O nosso trabalho é mais de prevenção, acompanhamento e polícia comunitária”, disse o major Albert Nogueira, comandante da 15ª CIPM.