
A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver reuniu uma galera no Centro de Salvador, na tarde desta quinta-feira (25). A concentração começou às 14h, na Praça da Piedade, e às 15h30 as participantes partiram pela Avenida Sete de Setembro, passando pelo Pelourinho e concluindo o trajeto no histórico Terreiro de Jesus.
Durante o percurso, o microfone esteve aberto para que as mulheres presentes pudessem compartilhar suas experiências, lutas e desejos. Entre os discursos, destacaram-se temas como racismo, machismo, desigualdade social e a importância da reparação histórica.
Lindinalva De Paula, coordenadora da Casa da Mulher Negra da Bahia, explicou o que o movimento representa, apesar de apontar que gostaria que mais mulheres estivessem presentes. “Reparação para nós, mulheres negras, é extremamente importante. Significa inverter a ordem, termos política de Estado e não política de governo na questão da educação, da saúde e principalmente da segurança”, disse.
Organizada pelo Movimento de Mulheres Negras da Bahia, a marcha destacou o combate ao racismo e o feminismo negro. Como indicava a previsão do tempo para Salvador, a chuva pegou as mulheres pouco depois que a marcha saiu da Praça da Piedade. Lindinalva deu a letra: “Tem uma música do Ilê que diz que ‘pode chover, pode relampejar, a terra pode até tremer’, mas as mulheres negras vão marchar por reparação e bem viver”, garantiu.


Data importante
No dia 25 de julho é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela. Essa data marca também a iniciativa Julho das Pretas, uma ação criada pelo Odara – Instituto da Mulher Negra que se espalhou pelo Nordeste, Brasil e América Latina.
A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver foi mais uma das atividades que compõem essa agenda coletiva da 12ª edição da ação, e por isso reuniu organizações, grupos e coletivos de toda a Bahia ligados à causa.
A professora Sandra Batista, representante da Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão (Acopamec), levou algumas de suas alunas para conhecer a marcha. “É importante que elas vivam essas experiências, essas meninas são o futuro do Brasil. Pra mim como mulher preta, como educadora, é libertador. É a minha primeira vez no movimento, espero estar presente em todos os outros”.