Dos 29.611 médicos registrados no Conselho Regional de Medicina da Bahia, 33,5% trabalham na rede pública do estado. Segundo dados de 2024 da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), atualmente, 9.925 médicos trabalham na rede estadual, incluindo 1.155 residentes.
De acordo com a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, há um esforço contínuo para criar as condições necessárias, sobretudo, para a fixação de médicos especialistas no interior do estado, ao levar estrutura, tecnologia e condições de trabalho para os profissionais. "Ainda temos o desafio de atrair médicos para o interior, que hoje representa cerca de 49% da nossa força de trabalho, mas apenas nos dois últimos anos abrimos novas estruturas assistenciais e realizamos requalificações em Itaberaba, Ilhéus, São Francisco do Conde, Barreiras, Vitória da Conquista, Irecê, Jacobina, Jequié, Paulo Afonso, Jaguaquara, Porto Seguro e Feira de Santana, apenas para citar alguns. Isso demandou novos serviços médicos", afirma.
Ainda no interior, o Governo do Estado fará a inauguração no mês de maio do Hospital Estadual Costa das Baleias, em Teixeira de Freitas, com 216 leitos, sendo 30 de UTI. Entre obras e equipamentos, os investimentos ultrapassam os R$ 200 milhões. A unidade será referência para o diagnóstico e tratamento nas especialidades médicas de cardiologia, oncologia, neurocirurgia, traumato-ortopedia, pediatria, dentre outras.
Além do esforço estadual, há uma estreita parceria com o Governo Federal com o Programa Mais Médicos, que possibilitou ofertar 1.464 profissionais em 346 municípios (83% dos 417 do Estado), número este, não contabilizado no cálculo dos 9.925 profissionais estaduais.
Escassez de especialistas
Infelizmente, o quantitativo de especialistas não tem acompanhado a expansão dos serviços públicos e o aumento da complexidade dos procedimentos. Há escassez de anestesiologistas em todo o Brasil, por exemplo, sendo pauta constante no Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
O poder público tem buscado ampliar o número de vagas de residência médica, tanto que em 2024 foram ofertadas 1.030, número 14,5% maior que em 2023. Atualmente, a Bahia possui cerca de 2.000 residentes, distribuídos em 56 especialidades, para os quais o Governo do Estado financia 59% das bolsas, cujo investimento é de R$ 57 milhões ao ano.
Adicionalmente, o Governo do Estado tem ampliado a remuneração dos profissionais, chegando até R$ 2.850 para plantões de 12 horas nos três maiores hospitais públicos do estado, o Roberto Santos (HGRS), o Ernesto Simões Filho (HGESF) e o Geral do Estado (HGE). Desde o início de 2023, a remuneração por plantão teve um incremento de que supera os 60%.