Moradores do bairro de Mutange, em Maceió, capital do estado de Alagoas, tiveram que deixar suas casas, e até um hospital foi evacuado, após alerta máximo emitido pela Defesa Civil local, para risco de afundamento do solo.
Conforme os técnicos do órgão, a previsão era que o solo se abrisse no começo da manhã desta sexta-feira (1º/12), o que não ocorreu, mas isso é questão de tempo.
Esse é um problema antigo da cidade, existente desde 2018. Mas o que chamou atenção do órgão foi o afundamento de 1 metro e 6 centímetros registrado nas últimas 48 horas. Antes, esse afundamento era de 50 cm por dia. O aumento de 3 cm para cada 24 horas foi considerado uma aceleração da movimentação.
A Defesa Civil calcula que o tamanho da cratera após o desabamento será de até 300 metros de diâmetro – ou seja, caberia o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. No momento do colapso, são previstos tremores de terra na região, mas isso não deve provocar estragos nas construções ao redor, segundo as autoridades.
O afundamento, conforme o órgão, é causado por uma das minas de sal-gema da indústria petroquímica Braskem. Elas criaram espécies de “ocos” no subterrâneo, que foram preenchidos com um líquido em vazamento. Esses túneis começaram a ser construídos em 1994.
Devido ao risco imediato de colapso, ficou proibida a navegação na Lagoa Mundaú. Vários bairros da capital alagoana estão isolados devido aos danos ao subsolo causados pela mineração da Braskem.
O risco iminente de formação de crateras levou à saída emergencial de cerca de 55 mil pessoas da área.