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Meio ambiente agradece - 05/07/2024, 06:00 - Silvânia Nascimento

Lixo do 'Sanju' da capital vira grana para catadores

Trabalho nas festas juninas ajudou a recolher cerca de 16 toneladas de materiais recicláveis

Josélia de Jesus Machado, 54, catadora
Josélia de Jesus Machado, 54, catadora |  Foto: Uendel Galter/AG. A TARDE

O esforço, empenho e trabalho braçal de 660 catadores, - integrantes do Projeto Arraiá Sustentável e Solidário -, resultaram na retirada de aproximadamente 16 toneladas de materiais recicláveis durante os festejos juninos realizados no Parque de Exposições, Pelourinho e Paripe, em Salvador.

Agora, os itens serão vendidos para fábricas e repassados para outros estabelecimentos, de forma que não haja nenhum prejuízo ambiental.

Durante a espera pela destinação correta, os materiais ficam armazenados em cooperativas distribuídas em vários bairros da cidade, como Santa Cruz, Cajazeiras, dentre outros. Graças à labuta desses profissionais, também foi possível gerar lucro de mais de R$ 800 mil para a economia baiana, segundo informações passadas pelos organizadores da iniciativa.

Os nove dias de luta, também foram dias de glórias para os catadores, já que eles conseguiram fazer renda, por meio de alguns materiais recolhidos e que já foram comercializados. "Essas festas geram muitos resíduos, porém, é, também, um momento para gerar renda, não só para os catadores cooperativados, mas aos autônomos, que são aqueles que ainda estão em situação de catar materiais sozinhos, sem nenhum apoio. Alguns catadores relataram que conseguiram lucrar entre R$ 600 e R$ 700", explicou Ana Carine Oliveira, coordenadora executiva do Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA).

Com mais de nove toneladas, os itens de alumínio foram os mais retirados dos espaços das festas, seguido das garrafas PETs (quatro toneladas) e materiais de vidros. O Parque de Exposições foi o local que concentrou maior volume de recicláveis.

Joselia Machado, 54 anos, é catadora e presidente da Cooperativa Canore, implantada no bairro de Santa Cruz, desde 2006. Ao MASSA!, ela revelou a satisfação por fazer parte da equipe. “Eu amo o meu trabalho, graças a Deus. Eu só vivo da cooperativa, é dela que tiro a minha renda todinha. Sou muito feliz aqui”, declarou.

Fonte de renda

Ainda de acordo com os organizadores do projeto Arraiá Sustentável e Solidário, cerca de R$ 90 mil reais chegaram às mãos dos catadores(as) autônomos que trabalharam nos dias de festas do São João, São Pedro e 2 de Julho, na capital baiana.

Maria do Carmo, 66, atua como catadora de materiais recicláveis há mais de 10 anos. E, segundo ela, foi por meio desse trabalho, que conseguiu sustentar a família. "Eu criei meus dez filhos tudo aqui dentro, e com dinheiro que ganho aqui. Eu já trabalhei em casa de família, em secretarias, mas depois fiquei desempregada, fui pra reciclagem e estou aqui até hoje. É daqui que tiramos o pão de cada dia".

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