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Diferencial - 07/05/2024, 06:10 - Silvânia Nascimento

Instituto Bantu faz a galera sorrir em Vera Cruz

Projeto trouxe para a Bahia o título de campeão da iniciativa Luz na Educação (LED)

Instituto vai fornecer, mensalmente, o valor de R$ 145 a alguns dos 28 alunos
Instituto vai fornecer, mensalmente, o valor de R$ 145 a alguns dos 28 alunos |  Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Até que ponto as dificuldades do cotidiano podem ser capazes de impedir que sonhos sejam alcançados? Mesmo com a incerteza do que possa acontecer, tentar sempre será o passo mais importante na caminhada daqueles que desejam conquistar uma meta. É através da persistência que o Instituto Cultural Bantu, localizado na cidade de Vera Cruz, Região Metropolitana de Salvador, trouxe para a Bahia o título de campeão da iniciativa Luz na Educação (LED), promovido pela Rede Globo e Fundação Roberto Marinho, que reconhece projetos inovadores no segmento da educação.

Por trás do Instituto está Edielson da Silva Miranda, 55 anos, também conhecido como mestre Roxinho. Foi baseada na sua história de vida que nasceu o Bantu, que atualmente proporciona a mais de 200 pessoas entre crianças, adolescentes e mulheres o acesso a atividades educativas, culturais e profissionais.

“O Prêmio LED foi um dos processos que a gente fez através de edital. Eu saio buscando edital porque precisamos fomentar a organização e a gente tem um desespero muito grande de captar recursos. Para manter o instituto custa muito. Então eu fui convidado para a primeira seletiva, que ainda tinha mais de mil pessoas competindo. O processo seletivo durou o ano de 2023 inteiro. A cada dois meses eu era convocado para uma nova etapa até que passamos para os seis finalistas, depois para os três, até sermos informados que ganhamos o prêmio", contou o mestre, em entrevista ao MASSA!

Instituto Cultural Bantu, vencedor do Prêmio LED da rede Globo
Instituto Cultural Bantu, vencedor do Prêmio LED da rede Globo | Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Com a vitória conquistada no Prêmio LED, o instituto vai fornecer, mensalmente, o valor de R$ 145 a alguns dos 28 alunos do programa Jovem Multiplicador. "A gente vai continuar a saga de captar mais recursos e buscar mais formas de manter esses jovens aqui”, garantiu o mestre de capoeira.

Acolhimento e força

Muito além de uma premiação, o prêmio LED traz para o mestre Roxinho, a certeza do quanto valeu a pena lutar para proporcionar para pessoas da sua região, tudo que um dia ele sonhou em ter, mas não teve. Ele, que já morou nas ruas de Salvador quando criança e adolescente, encontrou na capoeira acolhimento e força. Quem olhar hoje para a estrutura do Instituto Bantu, talvez, seja impossível imaginar tamanha as dificuldades passadas para erguer esse espaço transformador e fomentador na região de Vera Cruz.

"Nos meus 24 anos, tudo que eu tinha na cabeça era raiva. Eu tinha muita vontade de acabar com o mundo. E a capoeira, ela se tornou a minha tranquilidade, a minha paz, a minha calma, o meu direcionamento. A capoeira, por muito tempo, foi a única formação educacional que eu tive. Eu tive muita dificuldade de ir pra escola. E até os 35 anos, eu só tinha a 3ª série. Depois dos 35, eu fui fazer aquela aceleração. E aos 40 anos, foi quando eu fiz um curso técnico pela primeira vez, com 41, eu entrei na faculdade de ciências sociais", relatou.

Instituto Cultural Bantu, vencedor do Prêmio LED da rede Globo
Instituto Cultural Bantu, vencedor do Prêmio LED da rede Globo | Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

O grande diferencial

Essa experiência de vida passada pelo mestre tornou-se uma ponte para que ele buscasse proporcionar aos seus conterrâneos coisas básicas como educação, cultura e alimentação. Hoje, o Instituto conta com aulas de capoeira, inglês e cursos profissionalizantes.

"A gente dá para eles capacidades técnicas. Além disso, eles têm muita dificuldade na escola. Na verdade, eles não querem entrar na escola. Então aqui eles têm aulas diferenciadas, criando ideias, sabendo calcular o dinheiro que eles vão ganhar no mês que eles podem fazer. A ideia é fazer eles criarem gosto pela aprendizagem. Para os jovens temos capacitação de barbeiro, manutenção de celular e manutenção de computador. Para as mulheres têm cursos de artesanato, todos pensados no empreendedorismo", explicou Roxinho.

Ana Beatriz, 18 anos, está na expectativa para entrar no mercado de trabalho, é o instituto que tem ajudado ela nos primeiros passos. “Eu faço curso de inglês, mas além disso, a gente conta com pessoas aqui que nos incentivam a estudar e trabalhar. É um impacto positivo muito intenso”.

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