Tristeza, desespero e angústia dominam os trabalhadores que presenciaram um sonho ser consumido pelas chamas de um incêndio que atingiu a propriedade do mercado Ceasinha, localizado em São Tomé de Paripe, no Subúrbio de Salvador. O incidente, que aconteceu na noite de sábado (13), deixou lembranças difíceis de apagar para os comerciantes.
“É muita tristeza, você vai dormir e não consegue, pensando na fatalidade. O sentimento de pânico foi muito grande. Só coragem mesmo para olhar as chamas destruindo tudo. E no momento, você vê que em pouco tempo tudo estava indo embora, tudo indo por água abaixo. Algo que fizemos em anos, correndo, procurando fazer tudo certo, coisa certa, lutando e de repente tudo indo por água abaixo rapidamente assim. É triste, muito triste. E vai demorar para sair essa cena da mente, de cada um de nós, dos moradores de São Tomé em geral. É triste”, expressou o funcionário do local, Mário Santana, ao Portal MASSA!.
As chamas pegaram os moradores da região de surpresa, que rapidamente acionaram o Corpo de Bombeiros para controlar a situação fervorosa. O fogo foi apagado apenas no fim da madrugada de domingo (14) e, segundo Mário, os agentes tiveram problemas para cessar o intenso fogaréu.
“Teve bombeiro que passou mal, por conta da dimensão do fogo, do estrago, foi muito fogo, o bombeiro desmaiou. Tem cliente que chega aqui olha e chora, porque o pessoal se apegou muito a esse mercado, esse mercado é referência no bairro”, comentou.
Incêndio causado por um curto
Após a catástrofe, foi descoberto que tudo começou com uma pane no sistema elétrico do local. As chamas iniciaram nas fiações e passaram para o setor onde estavam os papéis higiênicos e os bombril. A situação piorou ao atingir os produtos inflamáveis como aerossóis. Segundo Orlando Santana da Silva, dono do comércio, é a primeira vez que algo deste nível acontece e imagens de câmeras de segurança vão ser analisadas.
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“A reconstrução vai ser uma tarefa árdua. Porque o fogo destruiu tudo e refazer isso aqui, o custo é muito alto. A parte da construção civil, da parte de realocação de mercadoria vai ser uma coisa assim, uma tarefa muito difícil. O custo é muito alto. Eu não tenho estimativa de valor, porque é uma coisa complicada. A loja era super abastecida de mercadoria e eu não tenho como mensurar valores, não tenho noção de valores de prejuízo. Mas, de vinte a trinta dias pretendo já reabrir”, disse ele.
Galera ajudando em peso
Com oito anos de existência, o mercado Ceasinha do Bairro conquistou um lugar especial no coração da população que reside nas imediações de São Tomé de Paripe. Apesar da fatalidade que abalou a todos, a ‘chama’ de esperança continua acesa no interior de cada um, que se uniram para ajudar no processo de reconstrução.
“Está todo mundo ajudando em prol de abrir logo o mercado, conseguir reaver logo tudo, para poder voltar para funcionar. Está todo mundo trabalhando, todo mundo ajudando, como pode. Todos os amigos, os sobrinhos do dono, todo mundo ficou aqui ajudando. Passaram a noite aqui e a gente tá passando a noite aqui também pra olhar, porque tá sem segurança”, afirmou Mariane Silva, uma das vendedoras mais antigas do mercado.
De acordo com ela, apesar do prejuízo no galpão, as barracas da feirinha em frente continuam funcionando dia após dia. “Está funcionando e a gente está botando para uso o que conseguiu salvar, né, alguns pouquíssimos produtos que conseguiu salvar. A feira está funcionando normalmente, todo dia tem ceasa, a gente pega os produtos novos, tudo bem direitinho, para a comunidade mesmo”, finalizou.
Aqueles que desejam contribuir com alguma quantia para ajudar na restauração, podem fazer doações para o PIX da instituição: [email protected], ou entrar em contato pelo Instagram @mercadoceasinhadobairro.