
Pedro Scooby e o grupo de surfistas que estão no Rio Grande do Sul ajudando as operações de resgate usaram as redes sociais para denunciar a atuação de facções criminosas, que têm tentado dificultar as ações para salvar as vítimas do desastre.
De acordo com Scooby, as facções estão ameaçando o trabalho dos socorristas e voluntários, além de complicar a retirada de pessoas que seguem em áreas atingidas. Outros surfistas que também integram o grupo de Scooby também relataram que socorristas sofreram diversas tentativas de assaltos, além de precisarem solicitar escolta policial.
"O primeiro dia foi um grande problema. Falavam de assaltos em jet-skis. Não conseguíamos resgatar pessoas porque estavam sob domínio das facções. Isso não está sendo falado na mídia. Bairro que falavam: 'Não vai para lá, que voltarão sem jet-ski'. Momentos que queríamos tirar as famílias. Tivemos que recorrer à polícia, bote da Polícia Federal, Civil", contou Scooby.
Scooby também usou seu perfil para atualizar seus seguidores sobre a situação relatada. "Obrigado por todo apoio desde que chegamos aqui. A equipe dele (delegado Lacerda) que nos deu apoio ao entrar em uma das escolas que estava tomada pela facção", escreveu na legenda de uma foto ao lado de um policial, após entrar com escolta em uma escola da Região Metropolitana para mais um resgate.
Desde o início das operações de socorro, 54 pessoas já foram presas por saques nas ruas e nos locais de acolhimento. Na tragédia que já se consolida como um dos maiores desastres ambientais do Brasil, pelo menos 116 mortes já foram registradas e o número de desaparecidos supera a marca de 140.