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Planejamento - 20/03/2024, 12:44 - Da Redação

FUP defende investimentos em plano estratégico da Petrobras

Segurança, meio ambiente e saúde são os temas defendidos pela federação

FUP afirma que os gastos no setor ainda estão longe do patamar médio anual
FUP afirma que os gastos no setor ainda estão longe do patamar médio anual |  Foto: Ilustrativa

Após quedas sucessivas nos últimos anos, os investimentos da Petrobras em projetos de SMS (segurança, meio ambiente e saúde) voltaram a crescer, atingindo US$ 1,7 bilhão em 2023, em comparação com US$ 1,4 bilhão em 2022. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), embora crescentes, os gastos no setor ainda estão longe do patamar médio anual de US$ 2,5 bilhões observados entre 2012 e 2014, ou do auge de US$ 3,1 bilhões em 2011, conforme mostra levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-subseção FUP), com base em dados do Relatório de Sustentabilidade da Petrobras.

A FUP defende que previsões de investimentos em SMS sejam incluídas no planejamento estratégico (PE) 2024/2028 da Petrobrás, divulgado no final do ano passado. O PE não faz referência à SMS, apenas destaca investimentos em baixo carbono (relacionados, portanto, a meio ambiente) de US$ 11,5 bilhões no período. O valor está bem acima dos US$ 4,4 bilhões previstos no PE anterior, elaborado no governo passado.

O estudo do Dieese/FUP mostra que o aumento dos investimentos da Petrobras em SMS no ano passado veio acompanhado pela redução no número de acidentes ambientais de vazamentos de petróleo e derivados, o que indica a relação direta entre causa e efeito. Em 2023, os vazamentos da Petrobras totalizaram 17 metros cúbicos, volume 92% abaixo dos 218 metros cúbicos registrados em 2022, ou 99% menor do que o pico de 415 metros cúbicos em 2019.

“A Petrobras vinha reduzindo o volume de investimento em geral, principalmente entre 2014 e 2022, e isso afeta sobretudo o setor de SMS”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. Segundo ele, a redução no número de trabalhadores próprios da Petrobras implementada entre 2014 e 2022, além da mudança no perfil do quadro de trabalhadores, com menor tempo de trabalho, também afeta a área de SMS.

A Petrobras encerrou 2023 com total de 46,7 mil trabalhadores próprios, o que significa queda de 45% na comparação com 86,1 mil trabalhadores próprios em 2014. “O forte declínio no contingente de pessoal é reflexo da redução de investimentos da empresa, da venda de ativos, do maior enfoque no retorno financeiro aos acionistas e da concentração das atividades em Exploração e Produção (E&P) em detrimento de outras”, avalia o economista do Dieese Cloviomar Cararine, autor do estudo.

Relatório da ANP

Também o Relatório Anual de Segurança Operacional, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), mostra preocupação com acidentes e incidentes ocorridos nas unidades offshore no Brasil, em 2022 (últimos dados disponíveis). E atribui a redução dos investimentos da Petrobras e de outras petroleiras ao crescimento das taxas de sinistros.

O relatório da ANP revela a ocorrência de 1.509 incidentes offshore em 2022, em plataformas de produção e em poços marítimos. Nas plataformas de produção, as maiores ocorrências foram queda de objetos, princípio de incêndio, descarga menor de óleo, interrupção não programada superior a 24 horas decorrente de incidente operacional e ferimento com afastamento por mais de três dias.

Já nos poços marítimos, os acidentes mais comunicados foram descarga menor ou descarga significante de óleo e de material com alto potencial de dano, descarga menor de fluido de perfuração ou intervenção em poços e falha da barreira primária na perfuração ou na intervenção em poços.

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