Um protesto na Refinaria Mataripe acontece nesta manhã de quarta-feira (6), na cidade de São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador. Trabalhadores paralisaram as atividades devido a uma série de demissões: 170 funcionários terceirizados e mais 30 próprios, um total de 150 desligamentos.
Os manifestantes alegam que, apenas na terça (5), 28 empregados foram demitidos e os sindicatos têm tomado à frente de negociações em defesa de 300 funcionários da Petrobrás transferidos da refinaria, após da privatização da Refinaria, vendida para o Grupo Mubadala Investment Company.
Após reunião com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), do Sindipetro Bahia e do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Siticcan), a manifestação foi aprovada e contou com mais de 1.200 funcionários.
Segundo a Acelen, não está acontecendo uma onda de demissões em massa, como é reclamado pelos funcionários. A empresa afirma que "está em constante busca por mais eficiência e competitividade" na administração da Refinaria de Mataripe.
Outra alegação da entidade é que, durante visita ao Oriente Médio em fevereiro deste ano, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, disse que está firmando uma parceria com o Mubadala para que a estatal brasileira volte a controlar a refinaria.
"Há um consenso entre esses dois sindicatos [Sindipetro e Siticcan] e a FUP de que é inadmissível que tenhamos demissões de trabalhadores e trabalhadoras, perda de postos de trabalho, justamente no momento em que há uma negociação visando um novo negócio na Bahia, envolvendo tanto a refinaria, seus três terminais terrestres, seu terminal Marítimo de Madre de Deus, os 700 quilômetros de dutos que interligam esse sistema e uma biorrefinaria que já tinha sido anunciada pelo Fundo Mubadala junto com o Governador Jerônimo lá atrás. Se há toda essa potencialidade, por que perder esses postos de trabalho? Por que perder esses trabalhadores e trabalhadoras que foram qualificados ao longo de 15, 20, 25 anos de história dentro da refinaria Landolfo Alves?", questionou Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP
Ainda de acordo com o motivo, a FUP afirma ter recebido denúncias de que no Terminal Madre de Deus, também vendido ao fundo Mubadala, os contratos de manutenção foram reduzidos, o que teria também resultado em demissões de funcionários.