Salvador volta os olhos para Pirajá nesta terça-feira (1º), quando o bairro se transforma em cenário de memória e reverência à história da Bahia e do Brasil. A chegada do Fogo Simbólico marca um dos momentos mais tradicionais dos festejos cívicos do 2 de Julho, data que celebra a Independência do Brasil, na Bahia. E o local escolhido não é por acaso: foi neste bairro que se travou uma das batalhas mais simbólicas da luta contra o domínio português.
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A celebração que toma as ruas do bairro é parte dos festejos oficiais da Independência. Na segunda-feira (30), duas chamas simbólicas deixaram as cidades de Cachoeira e Mata de São João, representando os Recôncavos Leste e Norte, e seguiram até Salvador.
Na manhã de hoje, a programação inclui a união dos Fogos Simbólicos em Simões Filho, culminando com a chegada oficial no Largo de Pirajá. A cerimônia cívica conta com hasteamento de bandeiras, acendimento da pira da independência e deposição de flores no túmulo do General Labatut.
Moradora de Pirajá e professora de História, Márcia Palma destaca o valor simbólico e afetivo da comemoração no bairro. “Quando eu era criança, era um grande evento o dia 1º de julho. Isso porque aqui não acontecia nada, então esse dia era muito esperado. A festa cívica, as pessoas com bolas, com bandeirinhas, todo mundo vinha desde cedo aguardar o fogo simbólico”.
No entanto, ela lamenta o distanciamento de parte da comunidade em relação à memória histórica do local. “A independência do Brasil só foi possível porque algo aconteceu aqui, graças ao povo na histórica Batalha de Pirajá. Mas infelizmente o bairro não é reconhecido por isso, nem pelos seus próprios moradores. Muitas pessoas não sabem ou não reconhecem o valor de Pirajá para a história”.
Após a cerimônia cívica, a programação segue com um show do Cortejo Afro, previsto para 17h, no palco montado no Largo de Pirajá. Para garantir a fluidez e segurança do evento, o trânsito no bairro será modificado. Nesta terça-feira (1º), será proibido o estacionamento de veículos na Rua Oito de Novembro, nas imediações do Largo do Pantheon, das 7h às 19h. A partir das 15h, haverá também o monitoramento da circulação de pedestres e veículos na região.
Festa de Labatut
Pirajá ainda terá mais motivos para comemorar: entre os dias 11 e 13 de julho, o bairro será palco da Festa de Labatut, no final de linha do bairro, unindo religiosidade, cultura popular e música. A Festa de Labatut é uma homenagem ao general francês Pedro Labatut, que a serviço das forças patriotas, liderou tropas brasileiras em confronto com os portugueses na chamada Batalha de Pirajá, em 8 de novembro de 1822.
Embora não tenha sido a última nem a decisiva batalha da guerra de independência na Bahia, o sucesso desse embate foi marcante para levantar a moral das tropas brasileiras. O enfrentamento consolidou a confiança de que a expulsão definitiva dos portugueses era possível, o que de fato aconteceu em 2 de julho de 1823, quando os brasileiros tomaram Salvador e selaram a independência do Brasil na Bahia.
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