Um filhote de baleia encalhou na praia de Itapuã, em Salvador, na manhã desta terça-feira (1º). O animal foi encontrado na altura da Colônia de Pescadores. Milton Marcondes, diretor de Pesquisa no Projeto Baleia Jubarte, explicou que o cetáceo é totalmente dependente da mãe e que é difícil reunir os dois animais, mesmo que o animal retorne ao mar.
Um grupo de pescadores e ambulantes tentou ajudar a baleia, mas não conseguiu devido ao peso do cetáceo. Vídeos mostram o momento em que populares tentam levantá-lo e empurrá-lo de volta a parte profunda do mar, sem sucesso.
Ao Portal A TARDE, o Projeto Baleia Jubarte informou que uma equipe foi deslocada para atender a ocorrência. Em meados de julho, uma baleia encalhada causou comoção na web ao parecer que estava “chorando” em um vídeo. Dias depois, ela faleceu. Na mesma ocasião, um filhote encalhou em Nova Viçosa, mas segundo Milton Marcondes, diretor de Pesquisa no Instituto, é provável que o filhote encontrado em Itapuã não seja outro.
Chance de sobrevivência é pequena
“O filhote é completamente dependente da mãe para proteção e para amamentação. Sem a mãe, ele não sobrevive. Então, quanto encalha um bichinho assim, às vezes, a gente pode até tentar devolver ele para água, a própria população faz isso, na esperança de que a mãe esteja ali por perto [...] Mas a mãe é muito protetora, então, para ele chegar na praia assim, é porque ele se separou dela há um bom tempo, ou por doença, ou por mau tempo”, afirma o médico veterinário Milton Marcondes,
Casos recorrentes
Somente em julho foram registrados 21 encalhes de jubarte ao longo da costa brasileira. O órgão considera que os dados estão dentro do esperado e afirma que o perfil da curva lembra a temporada passada, quando ocorreram 108 ocorrências.
Dos 30 encalhes ocorridos até o momento, 12 foram filhotes. Outros onze são animais juvenis e seis adultos. Para o Baleia Jubarte, chama a atenção o fato de os filhotes estarem encalhando tão cedo. A instituição projeta um aumento dos encalhes em agosto, puxado principalmente pelos filhotes.
“Pode ser devido ao crescimento da população ou podemos estar com uma temporada em que os nascimentos estão acontecendo mais cedo, que indicaria um acasalamento mais cedo em 2022”, afirma o Projeto.