
Após descartar intoxicação por metanol em um homem de 56 anos que morreu na cidade, no último dia 3 de outubro, a Prefeitura de Feira de Santana decidiu reforçar as ações de prevenção e fiscalização contra o uso e comercialização irregular da substância. A medida visa evitar novos casos suspeitos e reforçar a segurança da população diante dos riscos associados ao consumo de bebidas adulteradas ou produtos clandestinos.
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De acordo com o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Matos, durante inspeção em bares, restaurantes e distribuidoras de bebidas, as equipes da Vigilância Sanitária do Município poderão aplicar medidas de sanção em caso de identificação de riscos à saúde. “O trabalho começa com a orientação dos comerciantes sobre as normas sanitárias. Mas, se identificamos uma infração que coloque a vida das pessoas em risco, aplicamos medidas de sanção para proteger a população”, informou Matos.
Para reforçar ainda mais a fiscalização e coibir a comercialização de bebidas adulteradas na cidade, um projeto de lei será votado na Câmara Municipal de Feira de Santana propondo a responsabilização de fornecedores e comerciantes, O texto, de autoria do vereador Marcos Lima (União Brasil), também determina critérios técnicos para a fiscalização, inclusive com valores determinados para multas e imposição de penalidades para infratores que comercializem bebidas alcoólicas adulteradas com metanol ou substâncias equivalentes
“Sabemos que tem comerciante que prefere comprar a bebida mais barata, sem procedência, visando apenas o lucro, sem se preocupar com a vida do cliente. O projeto tem o objetivo de inibir essa prática”, destaca Marcos Lima.
Casos na Bahia
Além de Feira de Santana, outros dois casos suspeitos foram registrados em Salvador e em Jacobina. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (SESAB), todas as suspeitas foram descartadas após exames laboratoriais e investigações conjuntas conduzidas pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA), Departamento de Polícia Técnica (DPT) e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS).
Mesmo sem casos suspeitos em Feira, o secretário Rodrigo Matos destaca que profissionais de saúde estão capacitados para atuar na identificação e investigação epidemiológica de casos suspeitos. “Embora não haja caso confirmado no município, redobramos a atenção no monitoramento para evitar possíveis contaminações por metanol. “Quando o profissional suspeita, deve notificar imediatamente. O sistema de vigilância inicia a investigação, identifica qual bebida foi consumida e onde foi adquirida. Essa rapidez é essencial para criar uma barreira de proteção e evitar que outras pessoas tenham contato com o produto contaminado”, afirmou.
Segundo a Sesab, o monitoramento de casos permanece ativo, “com triagem técnica permanente para avaliação de possíveis ocorrências envolvendo metanol e articulação entre as áreas de vigilância, assistência e segurança pública”.
*Kenna Martins é correspondente do Grupo A Tarde em Feira de Santana