Uma jovem estudante de psicologia foi vítima de racismo enquanto voltava para casa de ônibus, na noite desta sexta-feira (15), após um longo dia de trabalho. O caso aconteceu por volta das 18h, na linha Alto de Coutos-Iguatemi, e repercutiu nas redes sociais. Segundo Rafaela Nunes, uma senhora teria limpado a própria pele ao se encostar em passageiros negros.
A jovem relatou que ela e outros dois passageiros sofreram racismo por parte da acusada. A senhora também teria cometido intolerância religiosa contra uma mulher que estava com uma guia do Candomblé, e foi reprimida pelas pessoas que estavam no transporte público, descendo do veículo às pressas, sem que pudesse ser identificada ou denunciada à Polícia.
Veja o relato de Rafaela:
Inicialmente, Rafa Nunes não havia percebido que se tratava de racismo, pensando até que a senhora estava cochilando e havia se assustado quando ela se encostou no joelho dela. A estudante destacou que não incomodou a mulher em momento algum, seja com o cabelo ou com bolsa ou mochila, apenas se esbarrou quando outras pessoas passaram para descer do ônibus, devido a lotação no horário de pico.
“Eu até me questionei se ela tinha alguma distúrbio, algum transtorno, mas eu acho que estava procurando justificativas para cobrir a situação, porque foi difícil acreditar que eu e outras pessoas estávamos passando por isso mesmo”, disse ela ao Portal MASSA!.
A ação racista ficou explícita quando a mulher começou a se limpar, fazer caretas e ofendê-la. A moça revelou ter ficado sem reação, sentindo o corpo tremer e uma forte vontade de chorar. Sem saber como se defender, Rafaela olhou ao redor e uma mulher notou que havia algo de errado. A futura psicóloga chegou a ser chamada de "demônio" e a agressora insinuou que ela não passaria por essa situação se tivesse dinheiro.
A senhora repetiu a dose de preconceito com um homem, que conseguiu reagir diante da situação e chamou a atenção de todo o ônibus. Uma grande confusão se formou, pois a população ficou revoltada com a atitude da acusada e ela desceu em um ponto de ônibus do bairro de Itacaranha, na Avenida Suburbana, próximo a um posto de gasolina.
Sem ter como identificar a senhora, Rafaela Nunes e os outros passageiros que sofreram racismo se sentiram de mãos atadas e não procuraram a Polícia. A estudante compartilhou o relato no seu perfil do Instagram para ver se a acusada pode ser identificada por alguma pessoa da região.
ATENÇÃO
Denúncias contra o crime de racismo podem ser feitas em qualquer delegacia ou naquelas especializadas em crimes raciais e de intolerância. Vá até a delegacia mais próxima e preste uma queixa.