
A 43ª edição da Noite da Beleza Negra, que é realizada pelo Bloco Ilê Aiyê, será neste sábado (13). Com grandes artistas presentes, o bloco afro também irá celebrar os 50 anos e a ex-diretora Arany Santana, que também será uma das apresentadoras do evento, destacou a importância do concurso.
"Pra nós do Ilê Aiyê é muito importante esse marco de 50 anos, quase um século de muita luta. Até porque o Ilê surgiu na época da ditadura militar", iniciou ela em entrevista ao Portal MASSA!.
"Ser negro era sinônimo de negativo, de inferior, de malandragem. Principalmente os jovens negros da Liberdade, da periferia, porque eles sempre brincavam nos bairros", continuou a atual Ouvidora Geral do Estado da Bahia que destacou a resistência do bloco naquela época.
Arany lembrou também que o Carnaval da Liberdade sempre foi o mais quente, mas o Ilê queria mais, eles queriam conquistar o mundo além dos bairros. "Nós não nos restringimos a Liberdade, nós queríamos invadir o circuito branco no Carnaval de Salvador, mostrar que a Bahia era negra. Queríamos contar a nossa história, dançar a nossa dança. Mas fomos rejeitados, principalmente pela imprensa, que disseram que nós éramos a 'mancha negra' no Carnaval da Bahia".
Por fim, a ex-diretora falou que a Noite da Beleza Negra é maior política pública implementada por uma organização não governamental. "É um concurso de fortalecimento da identidade, de elevação da autoestima e é isso que temos em 43 anos de idade", concluiu.
