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Aí é barril - 04/01/2025, 07:30 - Silvânia Nascimento - Atualizado em 04/01/2025, 12:53

Ex-cônsul da França na Bahia denuncia racismo cometido por francês

Mamadou Gaye se mostrou indignado com a decisão judicial

Mamadou Gaye é de origem senegalesa e naturalizado francês
Mamadou Gaye é de origem senegalesa e naturalizado francês |  Foto: Divulgação

O ex-gestor do Cônsul Honorário da França na Bahia, entre os anos de 2019 e 2024, Mamadou Gaye, decidiu tornar público um processo que tramita na Justiça baiana referente a um caso de racismo sofrido por ele.

De origem senegalesa e naturalizado francês, Mamadou Gaye se mostrou indignado com a decisão judicial na qual limita a punição do suspeito no pagamento de indenização no valor de R$ 3 mil. O processo tramita desde 2023, no entanto, só em dezembro de 2024 o resultado do pedido de recurso saiu.

Ele relatou que o acusado se trata de um francês, que mora na Bahia. Os dois tinham tido contato quando Mamadou Gaye foi procurado por esse homem para que buscasse suporte para resolver questões administrativas sobre um determinado auxílio. Foi a partir daí que, segundo a vítima, os ataques racistas e preconceituosos aconteceram.

“Em e-mails que ele me mandou mostram ele me assediando e com insultos de cunho racista. Procurei a Justiça depois de ter avisado ele que o que ele estava fazendo era crime, e ele decidiu continuar. Foi aí que eu acionei a Justiça e entrei com o pedido de reparação de danos morais. Ele foi condenado na primeira instância a pagar danos morais de R$ 3 mil, mas a Justiça não se pronunciou sobre um outro pedido meu que foi o de retratação pública. Então, eu decidi entrar com recurso. Só que a segunda decisão da Justiça confirmou o mesmo valor de dano moral, ou seja, quase nada em comparação aos 40 salários mínimos que a lei prevê em caso de injúria racial"

Vítima espera que suspeito seja penalizado dentro da lei

Agora, após sua defesa recorrer à segunda decisão judicial, Mamadou Gaye espera que o suspeito possa responder pelo que cometeu.

“Tudo isso começou porque ele não aceitava o fato de um negro ser representante do consulado. Minha expectativa é que, nessa terceira instância, este caso de racismo seja considerado como um crime. É importante que a injúria, seja racial, pelo gênero, pelo capacitismo, seja fortemente condenada. O racismo tem que ser combatido da mesma forma dos casos de violência contra mulher. A gente tem que se manifestar desde o primeiro grito, desde a primeira fala racista”, concluiu.

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