A amamentação cruzada, prática onde mães amamentam bebês de outras pessoas, é contraindicada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1985. Ludmila Carneiro, pediatra e sócia da Clínica de Saúde e Imagem (CSI), alerta para os perigos dessa prática e aconselha mães que sentem a necessidade de recorrer a ela.
A amamentação cruzada foi considerada um risco quando o vírus da AIDS revelou a capacidade de contaminação através da amamentação. De acordo com Ludmila, outrasdoenças como HTLV / hepatite C também podem ser transmitidas por meio de fissuras mamilares, comuns na amamentação.
“Sem falar nas medicações que podem ser usadas pela mãe que está amamentando e também podem ter interferência na saúde e desenvolvimento da criança amamentada”, revela.
Bebês com o quadro vacinal completo também não podem ser expostos ao risco porque cada vacina precisa de tempo para criar células de defesa. Ludmila explica que algumas mães também podem recorrer a prática por questões culturais ou medo de não estarem suprindo as necessidades de seus filhos, o que muitas pessoas chamam de “leite fraco”.
“A melhor alternativa é ter um pediatra próximo que te auxilie na jornada da amamentação desde o início”, aconselha.
Mães que não conseguem amamentar também podem recorrer ao uso de fórmulas, e em alguns casos a disponibilidade de leite humano pasteurizado nos Bancos de Leite.
“Normalmente, se prioriza leite humano pasteurizado (nos Bancos de Leite) para crianças especiais, prematuras, doentes ou com baixo peso. O leite humano é prioritário para prematuros, principalmente”, afirma a pediatra.
A diferença essencial do leite do Banco de Leite para o leite doado diretamente por uma outra mãe, é que no Banco o insumo é tratado e pasteurizado e, por isso, isento de qualquer possibilidade de transmissão de doenças. De acordo com Ludmila, para doar, a mãe precisa ser saudável e produzir mais secreção láctea que a exigida pelo seu filho.
“Ela precisa ter uma série de critérios, inclusive fazer exames prévios para que possa doar, logo, é um leite seguro”, confirma.
“Para os bebês a termo, a recomendação ideal é leite materno do peito da mãe, caso não seja possível, a recomendação é fórmula infantil, sempre recomendada por um pediatra”, completa Ludmila.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, esse leite é feito à base de nutrientes (geralmente de vaca ou de cabra) e são retirados nutrientes em excesso e acrescentados outros que faltam, tendo o leite materno como modelo.