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Lavagem de dinheiro - 18/12/2023, 14:25 - Acácia Vieira

Escola de samba Vai-Vai é investigada por ser um reduto do PCC

Ex-presidente da agremiação estaria envolvido em um processo de lavagem de dinheiro

Escola de samba desfila no grupo principal do Carnaval de São Paulo
Escola de samba desfila no grupo principal do Carnaval de São Paulo |  Foto: Divulgação

Uma das mais tradicionais escolas de samba de São Paulo, a Vai-Vai é apontada por ser um reduto da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo.

Segundo relatórios da Polícia Civil, o diretor financeiro e ex-presidente da agremiação, Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, o Beto da Bela Vista, estaria envolvido em um processo de lavagem de dinheiro que corre em segredo na Justiça.

"Escola [Vai-Vai] que BBV [Beto Bela Vista] pertence ao quadro diretivo e sabidamente é reduto da mencionada facção criminosa [PCC], tendo, inclusive, procedendo há algum tempo atrás a expulsão de alguns componentes que eram policiais justamente por este motivo", diz trecho do documento.

Investigadores afirmam ter identificado a ligação após recebimento de uma série de denúncias apontando o envolvimento de Beto com o crime organizado e a realização de diligências em endereços ligados ao então diretor e outros membros da escola.

Beto Bela Vista (à esq) é ex-presidente da escola e diretor financeiro; Du Bela Vista é irmão e apontado como uma das lideranças
Beto Bela Vista (à esq) é ex-presidente da escola e diretor financeiro; Du Bela Vista é irmão e apontado como uma das lideranças | Foto: Reprodução

Dados obtidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) reforçaram as suspeitas de que ele, a mulher, a mãe e outras pessoas participam do esquema.

Procurada, a Vai-Vai diz que Beto Bela Vista integra o conselho e foi diretor no mandato anterior, que terminou no final de 2022, e que também possui policiais em seu quadro de componentes, mas não especificou quantos.

Os relatórios afirmam, ainda, que Luiz Roberto esteve preso por cerca de dez anos (deixou a prisão em agosto de 2014). Ele tem passagens por formação de quadrilha, roubo, uso de documento falso, desacato, motim de presos, extorsão mediante sequestro, porte ilegal de armas, lesão corporal, resistência, desobediência e dano.

Em sua ficha consta que, em abril de 2003, era integrante da quadrilha que tentou roubar o apartamento de Flávia Soares, ex-mulher do apresentador de TV e humorista Jô Soares, em Higienópolis.

Também foi indiciado nessa investigação o então diretor presidente do clube de futebol ligado à Vai-Vai, Marco Aurélio Barbosa, ex-jogador de Santos, Cruzeiro e Guarani, que também teve rápida passagem pelo Vitória, em 2008.

A investigação aponta conexões dele com empresas supostamente usadas para lavagem de dinheiro. Ao ser ouvido pela polícia, Barbosa ficou em silêncio.

Os investigadores também apontam possível ligação dele com André de Oliveira Macedo, o André do Rap, foragido após habeas corpus do então ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante depoimento na polícia, Luiz Roberto negou ligação com André do Rap e com o PCC. Disse que não pratica mais nenhuma atividade ilícita e que o patrimônio dele é fruto de herança. Por fim, disse frequentar a Vai-Vai desde criança e desconhecer ligação da escola com o crime.

O irmão do ex-presidente da Vai-Vai é Luiz Eduardo Marcondes Machado de Barros, o Du Bela Vista, que está preso e era apontado, junto com Marcola, como um dos chefes da facção que seriam resgatados em um plano.

Por fim, a Vai-Vai afirmou também que Marco Aurélio Barbosa e Du Bela Vista não fazem parte da escola.

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