
Um casal de lésbicas foi vítima de discriminação ao ser barrado de participar da cerimônia de Dia das Mães da escola da própria filha, que é autista. A situação aconteceu no último sábado (4), na cidade de Feira de Santana.
A atitude lesbofóbica denunciada por Larissa e Mariana, mães de uma criança de 4 anos, partiu da direção da escola particular Asas de Papel, através de mensagens no WhatsApp. Na conversa, representantes da instituição de ensino tentam deslegitimizar o direto do casal de participar da homenagem.
"Estamos preparando esse momento com todo carinho que a mãe ou representante merece, contudo, tratando-se de um ambiente de educação, no qual a construção e cumprimento de regras inclui ética e respeito ao direito do outro, enviamos um comunicado anterior, enfatizando que cada criança terá direito somente a um representante por família", diz parte do texto enviado pela escola.
"Como sabemos, somos duas mães, por isso não teremos como escolher uma para ir. Iremos as duas. Qualquer constrangimento, como este, será novamente uma denúncia à Justiça e canais de comunicação", responderam as mães. "Uma prática inclusiva significa lidar com diferentes, de modo diferente, ao mesmo tempo, valorizar a diversidade", completaram.
"Nosso objetivo sempre é deixar claro o respeito ao senso coletivo no que se refere à isonomia. Ficamos perplexos com a ameaça de exposição pública por estarmos exercendo o direito institucional de sermos justos e criteriosos com todas as mães, que mesmo tendo avós ou tias como rede de apoio na representação materna, sequer cogitaram descumprir o combinado", respondeu a escola.
Apesar da tréplica, a direção da instituição afirmou que cederia duas pulseiras de acesso às mães, que foram ao evento. Nas redes sociais, internautas acusaram a escola de agir de maneira discriminatória também em outros casos. "Não me surpreende, porque essa escola tem várias formas preconceituosas de atuar", escreveu uma internauta.
"Qual o constrangimento de duas mulheres participarem de uma homenagem de dias das mães, qual a imoralidade nisso, errados estão eles incitando o preconceito…", publicou outra. "Absurdo a mentalidade de uma instituição escolar que deveria educar para a diversidade e ser inclusiva!", escreveu uma terceira.
A reportagem do Portal Massa! entrou em contato com a Escola Asas de Papel, mas as ligações não foram atendidas.