Fiscais da Auditoria Fiscal do Trabalho resgataram, na última quarta-feira (30), uma trabalhadora doméstica que trabalhava há quase 35 anos em condições análogas à escravidão. A mulher foi encontrada no centro da cidade de São Gonçalo dos Campos, próximo de Feira de Santana.
A família para quem a vítima trabalhava administrava suas contas bancárias, fornecendo mensalmente valores de até R$100, gastos com alimentação, roupas e higiene pessoal. A empregada nunca recebeu nenhum salário e direitos trabalhistas. As informações foram confirmadas pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
Após recolher relatos de integrantes da família e da própria empregada, foram constatados sinais de maus tratos e violência psicológica. O Ministério do Trabalho e Previdência confirmou a situação análoga à escravidão depois de visitar o local onde a mulher trabalhava. A negociação dos pagamentos por todos os anos de trabalho segue em aberto.
Além disso, foi constatado que os patrões administravam valor de aposentadoria por invalidez da vítima, que nunca viu a cor do dinheiro. A doméstica foi acolhida em abrigo enquanto aguarda o fim das fiscalizações.
De acordo com o Ministério, membros da família da doméstica também foram explorados pelos patrões sem recebimento de salários. A mãe da resgatada trabalhou na fazenda da genitora da contratadora, enquanto o irmão trabalhou na residência.
A vítima não não completou o ensino médio e era privada de relações interpessoais. A família empregadora controlava visitas e ligações, além do contato com pessoas fora do trabalho.
Vizinhos confirmam o tratamento como doméstica. Quando questionados pela equipe de fiscalização, a família afirma que o trabalho doméstico era fruto de um arranjo voluntário.