Fardamento, colete, armamento e rádio comunicador. Esses são alguns dos equipamentos básicos que, visualmente, identificam um policial militar. Entretanto, as ferramentas de trabalho usadas por alguns deles vão muito além do que os olhos podem ver. Como é o caso de parte do efetivo do Batalhão de Policiamento Turístico (BPtur) que, além da expertise sobre toda parte operacional, tem aptidão de sobra com outros quatro idiomas.
Na unidade, localizada na Rua do Tijolo (entre a Barroquinha e o Pelourinho), em Salvador, 24 policiais militares manjam de línguas gringas, entre elas inglês, espanhol, francês e alemão. E, embora não pareça, na atividade policial, o domínio com outros idiomas é tão necessário quanto qualquer outra ferramenta. Por isso, por possuir esse diferencial no currículo, esse grupo é designado para missões voltadas, exclusivamente, ao atendimento de turistas de outros países.
"Nós estamos na Operação Navio desde o dia 15 de outubro, e tem um efetivo voltado diretamente para essa atividade porque há a expectativa do desembarque de cerca de 330 mil visitantes vindo de navios, até maio de 2024. Então, nós estamos atuando com esses policiais bilíngues em toda a região do Porto, Comércio, Mercado Modelo, Elevador Lacerda, além do aeroporto, Igreja do Bonfim", explicou o comandante da unidade, tenente-coronel Taylon Teixeira.
Eficiência comprovada
Também de acordo com o oficial, antes de passar a fazer parte da unidade, os PMs que demonstram interesse em atuar em contato com estrangeiros, precisam comprovar a prática com outro idioma. "Nós trabalhamos com o banco de talentos, então, verificamos dentro da Polícia Militar aqueles que têm o domínio de outra língua e, dentro do próprio Batalhão Turístico, a polícia também proporciona cursos de inglês para aqueles que já têm aptidão", explicou.
"Além disso, buscamos aqueles que gostam da língua, que já tem o domínio de qualquer que seja a língua. E aí, a gente faz uma seleção, faz uma verificação para saber se ele tem os pré-requisitos para trabalhar com essa atividade e, claro, o interesse dele também. A partir desses trâmites, a gente junta isso tudo pra tentar trazer esses policiais com o objetivo de prestar o melhor serviço à sociedade", completou o tenente-coronel.
Questionado se esse grupo de policiais bilíngues é muito demandado para atendimentos destinados a estrangeiros, o coronel explicou que, sem dúvidas, muito mais do que se imagina. "Com certeza! A gente recebe gente do mundo todo, e a barreira da língua, principalmente na hora de uma situação que carece da intervenção da polícia, ela é diminuída sensivelmente quando a gente tem policiais preparados e com habilidades nisso. E como eu disse, não é só o inglês. A gente tem inglês, espanhol, francês e alemão", garantiu.