Os rodoviários da Região Metropolitana de Salvador (RMS) decidiram adiar, nesta segunda-feira (27), a greve da categoria que estava prevista para acontecer nesta terça-feira (28). Contudo, em entrevista ao MASSA!, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários da Região Metropolitana (Sindmetro), Catarino Fernandes, detalhou as principais reivindicações do grupo.
“Estamos pedindo 11% de reposição salarial, uma vez que estamos retomando agora a campanha salarial de 2020, que foi suspensa em virtude da pandemia. Além disso, reivindicamos o reajuste da inflação mais o percentual de 2020, um aumento de 20% no ticket de alimentação para compensar a defasagem desde 2020, a atualização da cesta básica, considerando as altas nos preços, e o descongelamento de cláusulas sociais, como o quinquênio, que está congelado. Também pedimos melhores condições de trabalho, já que, atualmente, as condições estão bastante precárias, inclusive em relação aos materiais utilizados pelos trabalhadores”, explicou Catarino durante assembleia dos rodoviários.
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Empresários apontam crise financeira
De acordo com o sindicato, os empresários do setor alegam dificuldades financeiras para atender às demandas da categoria, principalmente devido à integração com o metrô e à concorrência com o transporte clandestino.
“O que eles dizem à mesa é que existe um grande desequilíbrio orçamentário no sistema. Não é que eles não queiram atender às reivindicações, mas alegam não ter condições de honrar com nada. Segundo eles, todo mês tentam ajustar o desequilíbrio financeiro utilizando parte da receita da empresa, mas a integração com o metrô e o impacto do transporte clandestino estão prejudicando a arrecadação”, afirmou Catarino.
Empresas ameaçam deixar de operar
O Sindmetro informou que diversas empresas de transporte da RMS já estão deixando de operar devido à baixa receita, à concorrência desleal com o transporte clandestino e à integração com o metrô. Entre as empresas que anunciaram a descontinuação de suas atividades estão Cidade Sol (Elétricos), Expresso Vitória, Expresso Metropolitano, Atlântico Transportes, ATP Transportes e Avanço Transportes.
A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) afirmou que está buscando alternativas para evitar que essas empresas encerrem suas operações na RMS. No entanto, os empresários alertaram que somente continuarão com as linhas se houver equilíbrio financeiro no sistema.
Vale lembrar que as empresas Brisa, Univale e Cidade das Águas já desativaram suas linhas na região, o que, segundo Catarino Fernandes, impactou quase 2 mil trabalhadores.