Respeitável público, hoje é dia de celebrar o circo. Comemorando o dia 27 de março, considerado o Dia Nacional do Circo, o Circo Picolinoconvidou diversas escolas de Salvador para curtirem o espetáculo Gran Circus. Uma multidão de alunos de escolas públicas pôde aproveitar o espetáculo de forma gratuita na manhã deste quinta-feira.
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O espetáculo contou com apresentações de malabarismo, monociclismo, equilibrismo e performances de tecido acrobático. Gisele Dantas, coordenadora pedagógica da escola Educandário Marival Dantas, ressaltou a importância de levar os pequenos para esse tipo de atividade.
"É importantíssimo porque tira eles um pouco das quatro paredes da sala de aula. Eu digo que aula externa, visitas, passeios ou qualquer coisa que saia um pouco da sala de aula atrai a criança e tira ela daquela mesmice", contou em entrevista ao MASSA!.
Levar seus alunos para o circo foi uma experiência nostálgica para Gisele. Durante sua infância, ela também teve a oportunidade de assistir uma apresentação circense por conta de sua escola. "Hoje eu tô relembrando muitas coisas que eu vivi há muito tempo", afirmou.
Além de uma celebração ao Dia Nacional do Circo, o espetáculo também faz parte do projeto 'A Escola Vai ao Circo', uma iniciativa em que a equipe do Picolino faz uma ponte entre os colégios e as artes circenses. "A gente está realizando desde o ano passado um atendimento a algumas escolas. Em um primeiro momento, estamos indo às escolas oferecendo oficinas, depois trazemos as escolas para aqui", explicou Luana Serrat, coordenadora do Circo Picolino.
Não é difícil encontrar alguém que tenha entrado para o Picolino ainda jovem. Luana aponta que esse contato das crianças com a arte serve como um incentivo para o surgimento de futuros artistas. "A gente tem toda uma geração de crianças, muitas vieram de projetos sociais, que tiveram essa oportunidade de brincar [aqui] e encontrou no circo uma carreira. A gente também está aqui para instrumentalizar esses jovens", explicou.
Edi Carlos, mais conhecido como Binho, é um exemplo de alguém que conheceu o circo ainda jovem. Aos 11 anos de idade, ele entrou para o Picolino e segue como parte da equipe até hoje.
"Eu vim da rua. Eu não sabia o que era circo, não tinha perspectiva de vida nenhuma. Eu cheguei no local, fui abraçado e tive a oportunidade de aprender uma técnica. Estar repassando isso para outras crianças hoje é valiosíssimo", pontuou.
Atuando hoje como professor de acobracias, Binho enfatiza que a experiência de estar no circo é uma forma das crianças se autodescobrirem. Mesmo que não optem por seguir a carreira artística, o período no picadeiro ainda é enriquecedor. "A maioria dos ex-alunos hoje são educadores físicos, fisioterapeutas, muitos trabalham com construção civil, mas todos passaram pelo circo. Talvez você não seja um profissional do circo, mas aqui dentro você vai descobrir qual é sua área", garantiu.
40 anos de trabalho
Criado em 1985 por Anselmo Serrat e Verônica Tamaoki, o Circo Picolino está completando 40 anos em 2025. O espetáculo desta quinta marcou o início das celebrações desse aniversário, mas a festa está longe de acabar. "É o ano inteiro de ações. No final do ano vamos ter o Festival Viva o Circo, um evento que a gente tá organizando e que pega o segundo semestre inteiro", afirmou Luana.
No sábado, às 20h, o Teatro Sesc Casa do Comércio será o palco para mais uma comemoração a essas quatro décadas de história. O espetáculo vai ser a união entre o "antigo e o atual". "Vamos estar apresentando um espetáculo que junta artistas que já seguiram suas carreiras, a velha guarda do Picolino, uma parte de nossa banda", completou.
Para celebrar o aniversário da companhia, a equipe preparou um verdadeiro mergulho nas origens do circo. A nostalgia será a melodia que guiará o público e os artistas. "É o lugar desse encontro, de estar revisitando memórias desses 40 anos, de entrar nesse acervo Picolino, nas histórias individuais desses 11 artistas que estarão em cena", afirmou.
Por ser filha de Anselmo e Verônica, Luana passou sua vida inteira no circo. Dessa forma, a história do Picolino acaba estando diretamente conectada com sua própria trajetória pessoal. "É também o meu processo de crescimento. Cada momento do Picolino reflete algum momento da minha vida, então é tudo muito intrínseco uma coisa na outra", apontou.
Além do próximo show, o Picolino está preparando uma programação de peso para este ano. O principal objetivo é fazer com que o circo sempre esteja ocupado. "A gente está com a ocupação aberta aqui para quem tiver interesse em fazer parte da programação, ocupar o espaço com shows, espetáculos, mostras ou ensaios. A gente está com esse movimento do Circo Picolino estar ocupado. Também estamos começando uma residência artística, daqui a um mês abrimos uma chamada".
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