A Biblioteca Central da Bahia, nos Barris, foi o palco do evento “Os Desafios da Democracia Brasileira na Atualidade”, uma roda de conversa dedicada a discutir os caminhos dos próximos anos na política brasileira.
A iniciativa foi promovida pela Defensoria Pública do Estado (DPE) da Bahia e sua Ouvidoria Cidadã com o apoio da Fundação Pedro Calmon. Mediado pela defensora pública e coordenadora da Especializada de Direitos Humanos da DPE/BA, Lívia Almeida, o debate contou com a presença do jornalista baiano e ex-deputado federal Jean Wyllys, que compartilhou sua experiência no exílio.
A defensora pública geral da Bahia, Firmiane Venâncio, comentou a importância de promover um debate público como esse.
“A participação da DPE no processo de organização de um espaço democrático de debate está diretamente ligada às funções da Defensoria”, disse. “Nós temos uma função institucional que é a da educação em direitos e entendemos que o debate e a conscientização sobre isso é um aspecto importantíssimo da democracia brasileira”, concluiu a defensora.
Para Jean Wyllys, a manutenção da democracia no Brasil passa por desafios, os quais ele mencionou em entrevista ao Massa!. “A democracia brasileira está se democratizando, e olhando pelo espelho retrovisor a gente sabe que cada vez que a democracia se democratiza um pouco, ela sofre um golpe”, disse. “São muitos desafios, como enfrentar o racismo, fazer a equidade de gênero e uma grande missão climática”.
A experiência do exílio
Além da roda de conversa, rolou ainda uma sessão de autógrafos com Jean Wyllys, autor do livro “O que não se pode dizer: Experiências do exílio”, escrito em parceria com sua amiga e também exilada, a ativista Marcia Tiburi. Sobre a obra, Jean destacou que tem um papel importante. “Essa obra é importante porque reflete sobre o que é estar exilado na contemporaneidade. É diferente, por exemplo, dos exilados da ditadura militar, quando o exílio isolava muito mais que hoje. Eu fiquei quatro anos e meio afastado e o livro reflete sobre o que é ser exilado hoje, nessa situação de contemporaneidade, e sobre o que fez o Brasil chegar até onde ele chegou com o governo Bolsonaro”, explicou.