Chegando com tudo para contribuir com o fortalecimento da cultura e economia criativa local, o Festival Capital Salvador Afro levou inúmeras pessoas para o desfile de blocos afros e afoxés durante a tarde deste sábado (25) no Centro de Salvador.
Com suas bandas percussivas no chão, sem cordas, com trios elétricos e pranchões, os blocos animam a galera que sentem o gostinho do Carnaval batendo à porta, mas teve quem ficou na bronca com a falta de valorização dos blocos durante a maior festa de rua do mundo.
Para a foliona Linces Fontes, de 33 anos, é importante dar maior destaque aos blocos afros. “Eu tô vindo aqui hoje, eu acho que essa programação de hoje é de extrema importância, porque a gente não vê tantos blocos afros reunidos de uma vez só no carnaval, eles não têm a devida valorização, a gente não vê nos melhores horários”, destacou.
Além disso, a designer desabafou sobre a falta de reconhecimento para a cultura negra.“É super escroto, você vim para a avenida super tarde da noite para poder ficar aqui, assistir um bloco afro passar, assistir o ilê, olodum ou qualquer coisa. Então, vê durante o dia todos os blocos afros que a gente tem, a importância que a gente tem, que é a nossa tradição. Salvador é a maior cidade negra fora da África, então, por que não a gente ter isso com mais frequência? por que não a gente valorizar o que é nosso?Então, eu tô igual a pinto no lixo, eu tô feliz”, afirmou.
Apesar de acompanhar os blocos no carnaval, a designer afirmou não conseguir aproveitar tanto.“Sim, eu costumo, mas como eu falei, é muito difícil pegar um bloco Afro, é algo que eu mais gosto, mas você vai chegar na barra e não tem, ou então, vem para cá [Centro] e às vezes é alguma contramão”, contou Linces.
Com a oportunidade de viver 100% os blocos afros, Linces declarou com toda felicidade sobre o sentimento de viver o momento no Desfile Capital Salvador Afro. “Então, para mim aqui agora está sendo assim, eu tô lavando a alma que eu não lavei no carnaval e também por já gostar de cultura afro que é a cultura que a gente tem na nossa cidade”.
“A valorização dos blocos, de todas as pessoas que estão envolvidas na construção do bloco que não é só quem está ali batendo tambor qualquer coisa, é uma estrutura, é a sociedade que está envolvida naquilo, então, eu tô muito feliz”, finalizou.