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Na cena - 31/01/2025, 06:00 - Vitória Sacramento

Curtas produzidos por negros e indígenas são exibidos em Salvador

A mostra marcou a última etapa do Circuito de Produção Audiovisual para Novos Cineastas Negros

Evento garantiu acessibilidade a um público mais amplo
Evento garantiu acessibilidade a um público mais amplo |  Foto: Raphaell Muller/Ag A Tarde

O Teatro Sesi Casa Branca recebeu, nesta quinta-feira (30), a Mostra CineAfro: Narrativas em Movimento, evento gratuito que exibiu 14 curtas-metragens produzidos por profissionais negros e indígenas do audiovisual de Salvador. Além das exibições, o público participou de rodas de conversa com diretores e curtiu um show de encerramento do cantor e compositor baiano Zéu Lobo.

A mostra marcou a última etapa do Circuito de Produção Audiovisual para Novos Cineastas Negros (Cinerê), idealizado pela Pé de Erê Produções. O projeto teve o objetivo capacitar e dar visibilidade a cineastas negros soteropolitanos, fomentando a produção de filmes de baixo custo.

Com três sessões ao longo do dia e interpretação em Libras, o evento garantiu acessibilidade a um público mais amplo.

Um dos grandes destaques da Mostra CineAfro foi Elenilson do Espírito Santo Soares, de 42 anos, que teve sua primeira experiência como diretor de cinema. Homem preto e surdo, ele enfrentou diversos desafios na produção de seu curta.

“Eu não imaginava que minha história seria tão divulgada. Fiquei emocionado ao ver meu nome, minha memória de infância e todo o processo de pesquisa servindo de referência para o movimento surdo. É uma oportunidade de mostrar que existimos e que temos histórias para contar”, relatou Elenilson.

Para ele, dirigir um curta-metragem foi um grande aprendizado. “Foi um desafio porque precisei aprender a dirigir uma equipe de ouvintes, lidar com a produção, consultorias e tudo mais. Mas consegui me profissionalizar”, explicou.

Elenilson também destacou a importância da acessibilidade dentro do audiovisual. “A maioria das pessoas não sabe Libras. Então, quando fazemos um filme sobre essa realidade, ajudamos a sociedade a entender nossa cultura e a importância da inclusão”, afirmou.

Imagem ilustrativa da imagem Curtas produzidos por negros e indígenas são exibidos em Salvador
Foto: Raphaell Muller/Ag A Tarde

Juliana Sousa da Silva, diretora de produção do evento, relatou os desafios de encontrar um espaço que atendesse às necessidades de acessibilidade. “Nem todo teatro tem estrutura para intérpretes de Libras no palco. Foi uma luta até conseguirmos realizar a mostra no Centro Cultural Sesi Casa Branca”, explicou.

A primeira etapa do Cinerê, chamada Laboratório Cinerê, selecionou dez jovens de bairros periféricos de Salvador. Cada um recebeu R$ 5.000 para desenvolver seus curtas e participou de mentorias com cineastas renomados. Além disso, 135 jovens passaram por oficinas de Roteiro, Direção, Fotografia, Produção e Edição.

Para Lisa Carla Souza, espectadora da mostra, eventos como esse são fundamentais para a cultura local. “É um trabalho incrível e emocionante. Iniciativas assim oferecem novas perspectivas para a juventude”, comentou.

Com um impacto direto em mais de 200 pessoas, o Cinerê mostrou que oportunidades e acesso são essenciais para transformar o cenário audiovisual. “Muita gente tem sede de aprender, mas falta espaço. Esse projeto prova que, com incentivo, podemos formar novos talentos”, concluiu Juliana Sousa.

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