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Oportunidade! - 14/08/2023, 06:00 - Amanda Souza

Curso pré-vestibular prepara mulheres indígenas para o ensino superior

Projeto da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí) oferece aulas preparatórias online

Projeto da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí) oferece aulas preparatórias online
Projeto da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí) oferece aulas preparatórias online |  Foto: Joa Souza/ Ag A Tarde

Com a proposta de atender exclusivamente mulheres indígenas, o curso pré-universitário Jenipapo Urucum, preparatório para o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) oferece aulas online para as provas de acesso a universidades do Brasil. O projeto, que é de organização da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí), está no seu terceiro ano e tem auxiliado povos indígenas a ingressar no ensino superior. As vagas estão abertas e o único requisito para participar é ser mulher indígena e ter interesse em fazer uma graduação.

Como explica Rutian Pataxó, coordenadora executiva da Anaí, o programa é uma iniciativa apoiada pelo L’Oréal Para o Futuro, um compromisso global da companhia da empresa, e financiado pelo Fundo L’Oréal para Mulheres, criado em 2020. “A gente pensou num cursinho pré-vestibular entendendo que a entrada de estudantes indígenas na universidade ainda é um caminho difícil, exatamente porque vem de uma educação do campo”, destacou. “Muitas comunidades não têm escolas, não têm ensino médio, há uma distância para as cidades e com isso a oferta de professores qualificados em algumas áreas é mais difícil”, completa Rutian.

O Pré-Enem Jenipapo Urucum surge exatamente com a perspectiva de suprir essa necessidade, facilitando o processo e preparando essas mulheres das comunidades indígenas para conseguirem ingressar no ensino superior. “O Jenipapo Urucum vem desse desejo de ter mais mulheres indígenas na universidade, de vencer essas barreiras da vulnerabilidade, da assistência, do ensino superior. Sabemos todos os percalços da educação pública e de como a gente precisa romper os ciclos de violências que afastam os povos indígenas da escola. É uma ferramenta de luta”, diz Rutian.

A coordenadora destaca ainda que, para além das aulas, há ainda uma preocupação em auxiliar essas meninas a passarem pelo processo da maneira mais saudável possível. Rutian comenta que se trata de uma rotina exaustiva, de muitas matérias, e carga horária extensa; “é uma rotina muito diferente do que os povos indígenas estão acostumados, temos um acompanhamento mesmo”, ressalta.

Isadora Marinheiro é uma mulher indígena da etnia Tumbalalá e é uma das alunas do Jenipapo Urucum. Para ela, foi uma experiência importante que a ajudou a realizar o

sonho de cursar Direito. “Eu fui uma das Tumbalalá que passou em direito da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), entrei agora no SISU 2023.2. É um grande privilégio participar, é uma rede que ajuda muitos estudantes indígenas a conseguir, já que às vezes não temos dinheiro para cursinho”, conta. “As universidades terão um grande privilégio de ver mulheres indígenas fazendo o que elas querem. É um sonho muito grande para mim fazer Direito e hoje um dos méritos que eu tenho a dar é ao Jenipapo Urucum”, diz.

As interessadas em participar podem procurar a organização do Jenipapo Urucum para buscar mais informações. Um dos canais disponíveis é a rede social do projeto, @jenipapo_urucum no instagram.

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