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Eita! - 03/12/2023, 08:30 - Bianca Carneiro/Portal A Tarde - Atualizado em 03/12/2023, 10:43

Cosplayers baianos disputam concurso na CCXP; veja o resultado

Cineinsite acompanhou um grupo de baianos que participou do tradicional Desfile de Cosplays do evento

Baianos jogam duro em desfile de cosplays
Baianos jogam duro em desfile de cosplays |  Foto: Bianca Carneiro/Ag. A TARDE

A CCXP23, que acontece até este domingo, 23, levou milhares de pessoas apaixonadas por cultura pop à São Paulo. O ambiente, que une fãs de filmes, séries e quadrinhos, é ideal para os cosplayers, pessoas que se vestem como seus personagens favoritos, deixarem a criatividade rolar solta e fazer heróis e vilões “invadirem” o mundo real.

O Cineinsite Portal A TARDE acompanhou um grupo de baianos que participou de uma das edições do tradicional Desfile de Cosplays do evento. A atividade, que elege os melhores looks, acontece em todos os quatro dias, e garante diversos prêmios aos vencedores. Para ajudar os competidores, é disponibilizado uma espécie de camarim, que permite a troca de roupas e maquiagem.

Foi de lá que saíram os quatro cosplayers baianos que foram tentar a sorte no desfile da sexta-feira, 1º, caracterizados como os personagens Leonardo, de “Tartarugas Ninja”, Joe, do filme “Joe e as baratas”, Denki Kaminari, do mangá “My Hero Academia” e “Rainha Má”.

Estreante no desfile e também na CCXP, o lojista Vinícius Souza, 26, disse que sentiu um frio na barriga ao desfilar dois dias seguidos, logo na sua estreia. “A sensação é incrível, mas é algo que todo cosplayer deveria passar. Para quem tem interesse em conhecer, vale a pena demais”, conta ele, que competiu como Denki Kaminari.

Outra que também entrou na disputa pela primeira vez foi Yuna Vitória, 30. Caracterizada como Rainha Má, a cantora e funcionária pública ainda aproveitou para tirar fotos em uma sessão com a intérprete da personagem na série “Once Upon a Time”, a atriz Lana Parrilla, que esteve na CCXP. Orgulhosa, ela conta que o estiloso vestido vermelho, feito à mão por ela mesma, recebeu elogios da norte-americana.

“Eu quase desmaiei, tive que me controlar para a pressão não cair [risos] Eu fiz a roupa com a ajuda da minha mãe, ela fez toda a parte de costura, com as minhas medidas, ajustado no meu corpo. Colei pedrinha por pedrinha, foram dois meses de confecção, e deu muito trabalho, mas valeu a pena, porque eu encontrei a Lana, e ela adorou a roupa, achou incrível”.

Embora dedicados, nenhum dos quatro acabou faturando o prêmio, que leva em consideração não só a qualidade da roupa, cabelo e maquiagem, como também a performance em palco de cada cosplayer. Do lado decisivo da bancada, como jurada, estava outra baiana: Kiki Bélico,considerada uma das maiores referências em cosplay do estado. Ela, que também foi julgar a competição caracterizada como uma ranger de “Power Rangers”, explica que apostar na criatividade é fundamental para se destacar.

“O concurso da CCXP avalia duas categorias: desfile que engloba avaliação da fantasia e performance e inventividade, que avalia a originalidade e criatividade do participante em realizar seu cosplay e performance. O cosplayer precisa ficar atento aos detalhes do seu cosplay e a qualidade da apresentação, quanto mais diferente e coeso, melhor”, aconselha.

Em meio aos enormes corredores, lotados de estandes, ou nos palcos e ativações, que recebiam todo tipo de atividade, era fácil encontrar alguém que veio da Bahia. Em meio aos cosplayers, nem todos quiseram desfilar, focando apenas em se divertir e ser paparicados pelo público, que fazia questão de fazer fotos com os seus personagens favoritos.

De Salvador e Jequié, as amigas Ana Luísa, 39, e Sarah Santiago, 32, são cosplayers há 15 anos e combinaram de fazer juntas um cosplay de Jawa the Hutt, gângster alienígena de “Star Wars”. Ana diz que faz diversos personagens, mas que, ultimamente tem focado na franquia.

“A gente faz diversas mídias, mídia japonesa, anime, dorama, faz de filme da Marvel, de série, mas ultimamente eu tenho gostado muito de Star Wars, esse ano eu estou tendenciosa para isso”, brincou.

Mesmo sendo trabalhosa devido às características corporais do personagem, a roupa foi customizada pela dupla. Sentadas no chão do camarim, entre malas que traziam o figurino, as duas costuravam e faziam todos os ajustes necessários para garantir que o cosplay ficasse impecável.

“Eu não faço tudo porque não sei costurar com máquina, mas eu acabo improvisando também com roupa que eu tenho ali em casa, faço ajustes. De manual, eu faço mais acessórios: por exemplo, teve um personagem que ele tem um corvo, então, eu o fiz do zero. Esse aqui a gente fez na madrugada, porque como a gente trabalha em horário normal, pra fazer, para concluir tudo em um tempo adequado, é meio difícil, então, a gente costurou lá em Salvador e trouxe pra terminar em São Paulo”, conta Sarah, que é designer gráfica.

Fundador do grupo Cosplay BA, que reúne os apaixonados pela arte no estado, Victor Karl, 28, ressaltou o crescimento dos adeptos na Bahia, mas criticou a falta de eventos direcionados a esse público, o que reflete na grande quantidade de pessoas de fora que vem à CCXP. O produtor cultural diz que sonha com um evento da mesma magnitude em Salvador.

“Eu acho que, devido à pandemia, muita gente começou a fazer cosplay para usar em vídeo de TikTok participar de trends, esse tipo de coisa. Depois da pandemia, a gente percebeu que muitos adolescentes começaram a fazer. A gente tem a facilidade também de sites que você consegue acessórios que antigamente eram impossíveis ou caríssimos. Existe uma facilidade maior, e aí a galera está aproveitando bem isso. O cosplay hoje em dia é muito mais conhecido, apesar de ainda ser nichado. É muito interessante ver, com o passar dos anos, essa mudança e a popularização”, conta ele, que é cosplayer há 11 anos.

“Entendo que tem toda a questão financeira, mas o meu sonho era que tivesse uma CCXP lá no Centro de Convenções, porque é um espaço novo, um espaço climatizado, que, assim, em termos de infraestrutura, é até parecido. Seria um grande diferencial e também eventos no primeiro semestre. Porque o que acontece é que muitas vezes o evento se concentra no segundo semestre, então tipo, são quatro meses de vários eventos seguidos se atropelando”, completa.

Como jurada frequente em diversos eventos e cosplayer, Kiki Bélico garante que o cenário cosplayer na Bahia é de alto nível. “Acho que faltam oportunidades chaves para alavancar nossos cosplayers e incentivar a comunidade a ser mais ativa. O baiano com certeza é apaixonado pela arte do cosplay, a comunidade vem crescendo e se destacando cada vez mais no cenário nacional, somos criativos e unidos e isso faz toda diferença”, avalia.Kiki.

Para Sarah, fazer cosplay vai muito além de apenas homenagear um personagem. “Acho que ajuda também muito a ficar mais desinibido, trabalhar autoconfiança. As pessoas se sentem mais livres, né? É uma maneira de expressar a arte também, a minha criatividade”, afirma.

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