Em sua 6ª edição, o Concurso Cultural Jovem Jornalista (CCJJ), promovido pelo Programa A TARDE Educação, do Grupo A TARDE, convida estudantes e professores orientadores das redes municipais e estaduais da Bahia, parceiros do Programa, a explorarem o tema "Sou digital, mas minha inteligência não é artificial". As inscrições estão abertas até o dia 18 de outubro e podem ser feitas pelo site oficial do concurso.
Este ano, os participantes poderão concorrer em três categorias: Tirinhas, Videorreportagem e Artigo de Opinião. Cada uma dessas oferece uma maneira única de explorar a relação entre a inteligência humana e o mundo digital.
O desafio para os estudantes é usar a criatividade e o pensamento crítico para discutir o impacto da tecnologia, seja por meio da escrita, do desenho ou da produção de vídeos, destacando a importância do olhar humano em um mundo cada vez mais digital.
"O concurso se integra ao currículo escolar, promovendo uma conexão enriquecedora entre teoria e prática, o que amplia a experiência educacional. Outro ponto importante é o incentivo à colaboração, já que atividades em grupo fortalecem o trabalho em equipe e promovem maior interação entre alunos e professores, criando um ambiente de aprendizado mais coeso", destaca Márcia Firmino, coordenadora pedagógica do Programa A TARDE Educação.
Além de fomentar o debate, o CCJJ também oferece orientações práticas para a produção dos trabalhos. Para a categoria Tirinhas, destinada aos alunos do Ensino Fundamental I, os participantes devem criar manualmente pequenas narrativas que combinam linguagem verbal e não-verbal. As tirinhas devem conter entre três e quatro quadrinhos, com falas legíveis, serem digitalizadas e enviadas nos formatos JPG, GIF, PNG ou PDF no ato da inscrição.
O publicitário e cartunista Hector Salas explicou que o processo de criação de uma tirinha começa com a ideia, que é transformada em um texto, seguido pelo esboço dos desenhos quadro a quadro.
"Esboce os desenhos quadro a quadro na tirinha, dividindo os textos neles e observe se estão de fácil entendimento. Faça os desenhos com calma e quantas vezes for necessário até que fiquem bons. Tente dar o máximo de movimento através de gestos e expressões faciais que combinem com o sentimento que o texto quer passar ao leitor. Tendo isso, cubra o desenho a lápis com tinta preta”, detalhou.
Hector acrescentou que o tema "Sou digital, mas minha inteligência não é artificial" pode ser trabalhado de várias formas.
“Não existe uma fórmula. Isto varia com o estilo do autor. Mas pode-se usar vários recursos narrativos como comparações, exageros, ironia, reflexões e piadas. Tente imaginar um diálogo que seja interessante, ou uma situação inusitada com o tema”, disse.
Para os estudantes que estão produzindo tirinhas pela primeira vez, é recomendado que o primeiro passo seja estudar o tema e, a partir disso, trazê-lo para a realidade que o participante domina.
“Use um texto curto, que tenha uma sequência e um desfecho. Nem sempre a tirinha precisa ser engraçada, mas ele tem que criar alguma conexão com o leitor. Resumindo: primeiro escreva e depois tente criar os desenhos que entrem em sintonia com este texto”, disse o especialista, destacando a importância de equilibrar mensagem e arte. "As duas coisas caminham juntas. Porém, não adianta nada um desenho muito elaborado que não tenha um bom texto e uma boa ideia conduzindo”.
Os estudantes do Ensino Fundamental II que irão produzir uma videorreportagem, é necessário, com a orientação de um professor, criar um projeto com duração de 2 a 3 minutos. O vídeo deve ser disponibilizado em uma plataforma online, como YouTube ou Vimeo, gerando um link (URL) que será informado no momento da inscrição, permitindo o acesso da comissão avaliadora para análise e reprodução.
A jornalista e professora de jornalismo Thaic Carvalho destaca a importância de aliar técnica audiovisual e narrativa visual ao tema proposto na videorreportagem "Sou digital, mas minha inteligência não é artificial".
“Videorreportagem é uma matéria dessas que a gente assiste nos telejornais, nas redes sociais, nos canais no YouTube. É quando uma única pessoa assume o papel de todos os processos de uma matéria, ou seja, primeiro ela vai filmar, depois vai colher as entrevistas, depois vai escrever o texto, aí vai juntar essas imagens com esse texto no processo de edição, e aí sim fica pronta a videorreportagem. Depois disso, vocês vão desenvolver esse tema com imagens, com texto, com som, aquela musiquinha atrás”, detalha.
Além disso, os participantes devem ficar atentos a questões técnicas, como duração do vídeo, edição de som e imagem, que são fundamentais para garantir a qualidade do material.
Para a elaboração de um Artigo de Opinião voltado aos estudantes do Ensino Médio e EJA, recomenda-se que o texto tenha entre 1.760 e 2.200 caracteres, incluindo o título, e que seja enviado no ato da inscrição. O formato determinado pelo regulamento do concurso, o dissertativo-argumentativo, exige que o autor apresente seu ponto de vista sobre um tema específico, com a argumentação sendo o principal recurso para informar e persuadir o leitor.
Segundo a diretora de veículos impressos do Grupo A TARDE e editora de Opinião do Jornal A TARDE, Mariana Carneiro, o artigo de opinião, diferente da redação escolar, é mais pessoal e subjetivo, abordando temas atuais e polêmicos. Além disso, o público-alvo do artigo é mais amplo e variado, podendo ser veiculado tanto em mídias impressas quanto digitais, ao passo que a redação escolar é voltada principalmente para professores e a comunidade acadêmica.
“O texto precisa ser objetivo, bem dividido em parágrafos, e o tema deve ser apresentado por meio de uma abordagem clara e envolvente. O ideal é que cada ideia venha acompanhada de fatos, evidências ou exemplos concretos que lhe deem respaldo e credibilidade, mostrando que aquela perspectiva é válida. Uma conclusão clara também torna o texto mais atrativo e ela pode incluir reflexões finais ou mesmo propor ações”, detalha Mariana.
Clareza, coerência e correção gramatical são fundamentais para garantir a qualidade de um artigo de opinião. De acordo com Mariana, o estilo pessoal também é valorizado, pois “é ele quem torna o texto único e diferenciado. Mas é preciso tomar cuidado para que o artigo não passe da medida quanto à informalidade”.
Sobre o tema proposto pelo concurso – “Sou digital, mas minha inteligência não é artificial” – Mariana explica que o primeiro passo para escrever o artigo é contextualizar o avanço tecnológico, discutindo suas consequências positivas e negativas, e mencionando o papel crescente da inteligência artificial (IA) no cotidiano.
“O autor pode ponderar aspectos bons e ruins, mas precisa deixar claro seu ponto de vista sobre como a tecnologia pode complementar, mas não substituir, a inteligência humana e as capacidades únicas que a IA não consegue reproduzir”, disse.
Ela acrescenta que é crucial demonstrar como os humanos podem se destacar em relação aos algoritmos e utilizar a tecnologia de maneira equilibrada e responsável, transformando-a em uma aliada. “Vale compartilhar experiências pessoais ou observações próprias sobre essa relação. Lembre-se de se envolver no tema e mostrar que está engajado nesse debate”, destacou.
Todos os projetos enviados pelo site do concurso serão avaliados por uma banca de especialistas, e os vencedores serão premiados em uma cerimônia especial, com a oportunidade de ter suas produções publicadas e divulgadas nos canais de comunicação do Grupo A TARDE.
A coordenadora de projetos educacionais do Grupo A TARDE, Berta Cunha, ressalta que a valorização de jovens talentos através do Concurso Cultural Jovem Jornalista é essencial para o futuro da educação.
"Ao premiar os alunos com tablets, notebooks e smartphones, reconhecemos não só o empenho e a criatividade dos participantes, mas também incentivamos o uso de tecnologias que podem aprimorar suas habilidades. Para os professores, que desempenham um papel fundamental na orientação desses jovens, os prêmios incluem um final de semana em resort all inclusive com acompanhante, além de notebooks e tablets. Essas premiações fortalecem o vínculo entre educação e inovação, oferecendo reconhecimento a quem transforma o futuro do jornalismo”, finaliza.