Estudantes do Colégio Central receberam, na tarde desta quinta-feira (30), uma iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que tem por objetivo debater a equidade de raça e de gênero no acesso à ciência. Com a proposta de aproximar a ciência da escola pública, a iniciativa levou, além de uma mesa composta por pessoas pretas que desenvolvem ciência, algumas atividades formativas, como oficinas de fotografia, de podcast, educação antirracista e uma mostra de ciências.
Para a professora Fernanda Brito, que coordena o Orbitz, clube de ciências do Colégio Central, essa foi uma oportunidade de dar perspectiva para esses estudantes. “Ter essas figuras aqui materializa o que falamos, né? Muitas vezes o aluno é o primeiro da família a concluir o ensino médio, a sonhar com uma universidade. Quando eles veem uma pessoa negra ali falando dos espaços que conseguiu alcançar através da educação, eles podem querer estar ali também e conquistar esses espaços”, diz.
Evelyn da Silva, de 18 anos, é aluna do 3º ano do Colégio Central. Como uma menina negra, ela sonha com um futuro de maior equidade. “Quero estar nas universidades, quero mostrar que esse espaço também é nosso lugar”, disse a estudante.
Outras escolas foram convidadas a participar da iniciativa e levaram grupos de alunos. Estiveram presentes o Colégio Estadual Professor Carlos Barros, o Colégio Estadual Dinah Gonçalves e o Colégio Estadual Dois de Julho.
O exemplo arrasta
A mesa de abertura do evento contou com a presença de pessoas que são exemplos do poder transformador da educação, como o professor Romilson Santos, presidente da Associação de Pesquisadores Negros da Bahia. Para ele, o momento foi muito importante para os alunos encontrarem inspiração.
"Eu acho que é fundamental que a gente comece a incentivar a identificação com a ciência. O letramento científico tem que estar presente na educação básica, e trazer um debate desse para escola pública, que é majoritariamente negra, é fundamental", disse o pesquisador. "Vamos mostrar a trajetória de estudantes negros que chegaram ao mestrado, ao doutordao, que tiveram sucesse, e isos serve como estímulo para esses meninos e meninas", destacou.