O Ministério Público da Bahia (MP-BA) promoveu, na tarde desta segunda-feira (15), uma audiência pública com o objetivo de discutir como a rede de proteção formada por diversos órgãos públicos pode melhorar o serviço de acolhimento oferecido aos filhos de vendedores ambulantes e catadores de materiais recicláveis durante o Carnaval de Salvador 2025.
O encontro reuniu representantes das categorias de trabalhadores envolvidas e de órgãos que compõem a rede de proteção, como o Ministério Público do Trabalho, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) e a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (SJDH).
O programa "Salvador Acolhe" é uma iniciativa da Prefeitura de Salvador que oferece um Centro de Acolhimento e Aprendizagem, um espaço equipado com equipes multidisciplinares disponíveis 24 horas por dia durante todo o período do Carnaval.
O objetivo é garantir que os filhos dos trabalhadores da folia estejam seguros, em um ambiente adequado e distante de qualquer situação de trabalho ou exploração infantil.
O secretário de Ordem Pública, Alexandre Tinoco, falou sobre essa rede organizada. “A Semop acompanha os bastidores, e a gente começa a se planejar com essa antecedência. Tivemos muitas conquistas e avanços no último ano, e não existe festa popular em Salvador sem ambulante, sem catador. Espero que a gente construa um ambiente que traga segurança e conforto para esses trabalhadores”, disse.
Demandas dos trabalhadores
A presença e a voz de representantes das categorias envolvidas nesse processo é super importante. A catadora Michele Almeida, presidente da cooperativa Camapet, fez parte da mesa da audiência pública e levantou pontos importantes para o debate.
“É importante essa audiência, é importante avaliar o que deu certo e funcionou. Nós ficamos preocupados com a distância desse centro de acolhimento para a central. Quem trabalha no Politeama não consegue ir na Ondina deixar o filho. A gente quer um lugar perto, para dar uma passada lá, ver a criança”, disse.
“Fico feliz de ver essa sala cheia, com órgãos que às vezes até a gente briga, mas é importante estarmos reunidos e discutir com sinceridade o que deu certo e o que não deu para poder melhorar”, completou Michele.