
Há espaço para manifestações religiosas no Carnaval? Para o cantor Carlinhos Brown, sim. Em entrevista ao Portal A TARDE, nesse domingo (13), logo após a sua apresentação em mais uma edição do seu ensaio no Candyall Guetho Square, no Candeal, em Salvador, o artista pontuou que o público quer essa aproximação com o sagrado.
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“Não existe corpo sem alma. Não existe ouvido no qual uma mensagem não seja necessária. O carnaval é um espaço para isso. Foi no carnaval que nós dissemos ‘se beber não dirija’, e o Brasil inteiro se disciplinou. [...] O que eu quero dizer é o seguinte, o Carnaval é pela carne, mas também pelo espírito. Se nós cuidamos da carne para a libertação, é sinal que a gente se aproxima muito de Deus. Deus é a felicidade, Deus não é a culpa, Deus não é essa distância”, pontuou.
De acordo com Brown, a ideia do Carnaval ser pela carne é uma ideia “até religiosa”. “Essa ideia do sagrado e profano... tudo está sacralizado, porque somos nós que queremos essa aproximação com o sagrado”, disse.
“Mas nós, filhos de Deus, transformamos isso em libertação. Nós estamos libertos de qualquer possibilidade de que Deus não se faça presente no carnaval. Por isso, enviou os Orixás para que a gente possa cantá-los e cantar da forma que a gente quer”, completou.