Uma caminhada no Farol da Barra, em Salvador, neste domingo (29), encerrará a campanha Setembro Verde, promovida pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) para incentivar a doação de órgãos. O evento acontece a partir das 8h.
Durante todo o mês, a equipe do Sistema Estadual de Transplante realizou uma série de atividades com vistas a mobilizar a população baiana sobre a importância da doação. Foram caminhadas, mobilizações em rodoviárias, hospitais, clínicas de hemodiálise, dentre outros locais de grande circulação de pessoas na capital e no interior do Estado.
Regina Vasconcelos, coordenadora da Central Estadual de Transplantes, explica que ações dessa natureza visam sensibilizar as pessoas para mostrá-las que só com a ajuda da população será possível diminuir a fila do transplante, que hoje possui mais de 3.500 pacientes na Bahia. "Não estamos falando apenas de números, mas de pessoas cheias de sonhos que estão à espera de uma oportunidade", pontua.
Uma dessas pessoas é Cilene Amaral dos Santos, cujo desejo é ver o neto crescer e entrar na faculdade. "Mas para isso eu sei que eu preciso de um transplante de rim, eu preciso contar com a solidariedade das pessoas, pois aqui nesta máquina é difícil, né?", ponderou a paciente, que realiza hemodiálise três vezes na semana no Hospital Geral Roberto Santos.
Coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, o médico Eraldo Moura alerta sobre a recusa familiar, que hoje gira em torno de 65%.
Cenário da doação de órgãos na Bahia
Este ano, de janeiro a agosto, o Estado realizou 677 captações entre órgãos e tecidos (córneas), o que representa um crescimento de aproximadamente 20% em relação ao mesmo período de 2023. Em 2024, o número de transplantes também cresceu, passando de 702 para 737.
No entanto, de um ano para o outro, houve um aumento considerável de pacientes na lista de espera por um novo órgão, tendo saído de 2. 979 para 3.555 pacientes. Somente aguardando por um rim, a fila já soma 1.908 pessoas.