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Zero representatividade - 20/11/2023, 15:55 - Da Redação

Brasil não tem nenhum preto ou pardo eleito nas 771 casas legislativas

Nas eleições de 2020, quase 800 cidades não elegeram nenhum vereador negro

Na data que se comemora a Consciência Negra, que ocorre nesta segunda-feira (20), é reforçada ainda mais a importância da democracia racial no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 56,2% de negros da população e 42,7% brancos, mas a representativa política, em cargos de poder, ainda é baixa.

Informações retiradas do Portal de Dados Abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as 771 casas legislativas de municípios brasileiros não tem um vereador negro. Isso corresponde a 13,86% dos municípios que realizaram eleições em 2020 e o farão, novamente, em 2024. O país tem 5,5 mil municípios.

Em casos de eleitos para exercer o cargo de governador, não há nomes autodeclarados pretos. Exercem o cargo, depois das eleições de 2022, nove governadores que se consideram pardos.

O IBGE e a Justiça Eleitoral diz que o termo “negro” engloba tanto indivíduos pardos quanto pretos, abrangendo uma categoria mais ampla que corresponde à combinação de pessoas autodeclaradas como pretas e pardas.

Os nove governadores que estão no grupo de negros se autodeclararam. Entre os eleitos como governadores das 27 unidades da Federação, Ibaneis Rocha (MDB-DF), Gladson Cameli (PP-AC) e Clécio Luis (Solidariedade-AP) mudaram suas declarações de branco para pardos entre as eleições de 2018 e 2022.

Em 2022, no geral, entre presidente, governadores, deputados e senadores, 5,47% dos eleitos se declararam pretos. Já 26,62% se declaram pardos. Um total de 32,2% de negros eleitos em um país de maioria negra.

Necessidade de melhorar

Os números de negros que participam de cargos políticos no Brasil demonstram que o debate e as políticas de inclusão racial ainda precisam avançar para que os pretos e pardos ocupem mais espaço. Em 2022, as políticas implementaras tiveram um resultado positivo, o aumento da participação de negros na disputa de um cargo dentro do pleito.

De acordo com o TSE, foi registrado o maior percentual de candidaturas negras desde 2014 - data em que foi instituída a modalidade de auto declaração de cor de pele. Trata-se de um aumento de 49,49% de negros.

Em 2018, 46,5% dos candidatos se declararam negros. Em 2014, o percentual abaixou para 44,24%. Já nas eleições de 2020, havia mais negros que brancos na disputa - 49,9% a 47,8%.

Ainda segundo o TSE, 48,3% dos interessados em concorrer a algum tipo de cargo, são brancos. Havendo uma redução no comparativo com pleitos eleitorais anteriores. Há quatro anos, em 2018, eram 52% e, em 2014, 54,98%.

No entanto, o número de eleitos resulta em 32,2%. O TSE e entidades representativas estão trabalhando para que os números sejam equilibrados.

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