A festa de Iemanjá acontece nesta manhã de sexta-feira (2), no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. O evento é a maior manifestação pública do Candomblé na Bahia, uma homenagem religiosa de muita fé à Iemanjá, quando são feitos pedidos e oferecidas oferendas à orixá.
A reportagem Portal MASSA! acompanha o evento e conversou exclusivamente com Dom Marcos Paulo, Bispo da Igreja Católica Apostólica Independente, com sede em Feira de Santana. Ele celebrou a realização da missa ecumênica, um culto religioso que exalta diversas crenças, como o catolicismo dele e o candomblé.
Apesar de ser, como ele mesmo disse, de uma "embarcação diferente", o bispo bateu na tecla da importância de respeito à fé e costumes religiosos de todos.
"Há mais de 7 anos que essa missa é celebrada, justamente um respeito aos nossos irmãos de matriz africana, combatendo a intolerância religiosa e todo tipo de preconceito. Estamos, vamos dizer, embora estejamos em embarcações diferentes, navegamos no mesmo mar da vida, buscando o mesmo porto seguro, guiados pelo mesmo farol. Não é religião que salva, é amor, e se o amor está no coração, a gente vence até a fronteira da morte. Não há porquê ter brigas por causa de espaço religioso, de dogmas. Somos um só povo, somos filhos do mesmo ser supremo que criou a todos e ama a todos", declarou Dom Marcos Paulo.
De acordo com o bispo, intolerância religiosa é uma atitude de "pessoas pobres de espírito". Ele pregou o respeito a vida e mencionou os "pedidos de paz" de todos os devotos presentes no evento.
"São pessoas pobres de espírito que precisam conhecer verdadeiramente Jesus Cristo. Jesus Cristo pouco falou no templo de Jerusalém. Ele ainda disse nos seus evangelhos que chegariam o tempo que seríamos adoradores em espírito e verdade. Nem no monte, nem no templo, mas em qualquer lugar. Como ele define muito bem em igreja, onde duas ou mais pessoas estiverem reunidas, eu estarei entre elas. E ele está aqui, no meio dessa multidão que vem pedir a paz, o fim das guerras, o fim do preconceito e da intolerância. O respeito à vida. Independente de ideologia, independente de bandeira, a vida precisa ser respeitada e valorizada", finalizou o líder religioso.