A banda Ilê Aiyê denunciou, na tarde desta quinta-feira (30), por meio das redes sociais, um caso de racismo dentro de um restaurante em Salvador. Segundo o comunicado emitido, o ato teria sido cometido pela dona do estabelecimento e ocorrido enquanto integrantes do grupo trocavam de roupa para se apresentarem no local.
"EM PLENO NOVEMBRO AZEVICHE, A BAND’AIYÊ É DISCRIMINADA EM RESTAURANTE DE SALVADOR!", destacou a nota.
Em seguida, a banda sinalizou que a situação teria acontecido na última quinta-feira (23). "Na última quinta-feira fomos convidados para realizar uma apresentação no Espaço Bistrô Trapiche Adega, e ao chegar fomos perguntar à produção local, onde poderíamos trocar de roupa para colocar o nosso figurino, como é de praxe. Foi nos indicado uma sala, no espaço, para que pudéssemos nos arrumar para o evento. Após um tempo já nessa sala, eis que surge uma senhora, desesperada, chamada Vivianne Mendonça (a dona do espaço), pedindo que saíssemos daquele local, que não era para estarmos ali, pois naquele local tinha coisas de valor", relatou.
"Essa senhora exigiu que uma funcionária do estabelecimento ficasse na entrada da sala e a porta ficasse aberta, ou seja, fomos tratados como ladrões e não artistas que estavam ali para realizar um trabalho". completou o comunicado sobre o ocorrido.
Procurado pelo Portal MASSA!, o Vovô do Ilê revelou que ainda será realizada uma reunião para decidir se os músicos tomarão ou não medidas judiciais. "Se com um gigante do movimento negro eles fazem isso, imagine com uma outra pessoa?", destacou o fundador do bloco.
A reportagem também entrou em contato com o restaurante e aguarda retorno.
Confira abaixo a nota completa da banda:
"EM PLENO NOVEMBRO AZEVICHE, A BAND’AIYÊ É DISCRIMINADA EM RESTAURANTE DE SALVADOR!
Como nosso querido presidente, Antônio Carlos Vovô nos ensina, a Bahia é um dos Estados mais racistas do país, e é claro que nós da Band’Aiyê não iríamos sair ilesos dessa marca latente da nossa sociedade. Na ultima quinta -feira fomos convidados para realizar uma apresentação no Espaço Bistrô Trapiche Adega, e ao chegar fomos perguntar a produção local, onde poderíamos trocar de roupa para colocar o nosso figurino, como é de praxe. Foi nos indicado uma sala, no espaço, para que pudéssemos nos arrumar para o evento. Após um tempo já nessa sala, eis que surge uma senhora, desesperada, chamada Vivianne Mendonça (a dona do espaço), pedindo que saíssemos daquele local, que não era para estarmos ali pois naquele local tinha coisas de valor.
Após os responsáveis explicarem que estávamos ali, para colocar o figurino da apresentação, essa senhora exigiu que uma funcionária do estabelecimento ficasse na entrada da sala e a porta ficasse aberta, ou seja, fomos tratados como ladrões e não artistas que estavam ali para realizar um trabalho. É claro que a primeira intenção foi sair do local e não realizar a apresentação, mas fomos convencidos pelo contratante a fazer tal apresentação.
É inadmissível que esse tipo de coisa continue acontecendo na nossa cidade. Alguns brancos e brancas dessa cidade precisam entender que ser negro ou negra não é sinônimo de ser ladrão ou ladra.
Fomos feridos na alma e esperamos que atos como esse deixem de acontecer em nosso país"