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Cuidado! - 03/04/2023, 09:09 - Mariana Bamberg

Baianos não medem esforços para reformar e decorar o cafofo

Solicitações de empréstimos para arrumar a casa cresceram 44% em fevereiro

Douglas tomou empréstimo para terminar a obra de sua casa
Douglas tomou empréstimo para terminar a obra de sua casa |  Foto: Olga Leiria/ Ag. A Tarde

Trocar de mobília, terminar uma obra, reformar um cômodo ou até se mudar. Despesas como essas, relacionadas ao lar, têm se tornado, cada vez mais, motivo para pedidos de empréstimos pelos baianos. Pelo menos é o que aponta um levantamento realizado pela fintech de crédito Provu. Segundo a pesquisa, solicitações com essa finalidade tiveram um crescimento de 44% em fevereiro, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, os pedidos para empreender tiveram uma queda de até 30%.

Em fevereiro, 13% das solicitações de crédito tinham como finalidade alguma despesa relacionada à casa. Em janeiro, esse índice foi ainda maior: 14%. Historicamente, esse percentual fica entre 7% e 9% do total de pedidos, segundo o CEO da Provu, Marcelo Ramalho. Ele aponta como razão para esse crescimento a maior atenção que as pessoas passaram a dar aos seus imóveis durante a pandemia.

“Desde o início deste período, observamos alguns picos nessa categoria devido ao fato de as pessoas passarem mais tempo em casa e, com isso, terem que fazer melhorias nela para se adaptarem a uma nova realidade”, explica o CEO, ressaltando também que início de ano costuma ser um momento em que as pessoas estão mais inclinadas a fazerem mudanças na casa.

Já a economista e educadora financeira Juliana Barbosa faz outra análise. Para ela, foi “a alta dos preços, o aumento significativo das taxas de juros e a consequente perda do poder de compra que fizeram com que as famílias acabassem recorrendo ao crediário ou empréstimos pessoais” para conseguir suprir as necessidades do lar.

Ticket médio

Na Bahia, o ticket médio, segundo o levantamento realizado pela fintech, foi de R$ 2.400 para créditos com finalidades relacionadas ao lar. Juliana alerta para o risco de não conseguir arcar com as parcelas diante deste cenário. Mas há quem aprove a estratégia.

O analista de dados Douglas Sodré, por exemplo, encontrou no empréstimo a única solução encontrada para terminar a obra de sua casa e não se arrepende. Depois de um ano e meio investindo na obra com recursos próprios, ele decidiu que estava na hora de acelerar o processo e entrou com o pedido do crédito.

“Se não fosse o financiamento, teríamos levado, pelo menos, mais um ano para terminar a casa. E não sairia do nosso jeito. Não só acelerou, mas também conseguimos melhorar a qualidade dos materiais comprados e negociar com os fornecedores, porque fizemos comprar em grande volume e não mais de pouquinho em pouquinho”, conta.

Foi a primeira vez que Douglas pediu um empréstimo. Ele começou pesquisando na internet informações e as possibilidades de crédito disponíveis, depois foi ao banco conversar com seu gerente e descobriu que existia uma linha específica para terminar sua obra. Para ele, isso fez toda diferença.

“Não foi um empréstimo qualquer, foi um crédito específico para aquele objetivo, isso me deu taxa de juros muito mais acessível. Meu pedido chegou até a ser recusado, mas insisti e na segunda tentativa liberaram. Não me arrependo”, afirma o analista de dados, que já finalizou as obras da casa e agora mora nela com a esposa e os filhos.

O crédito de Douglas foi parcelado em 5 anos. Para quem, assim como ele, pensa em recorrer a um empréstimo, a orientação da economista é analisar como essas parcelas vão impactar no orçamento mensal da família durante todo o período em que ele se estende.

“Antes de mais nada é fundamental analisar todos os gastos e despesas da casa. Liste quais despesas serão pagas com o valor do empréstimo. E tenha consciência que será necessário mudar o perfil de consumo e adequar o padrão de vida para a nova realidade financeira”, aconselha.

Em queda

Enquanto as solicitações de crédito para despesas com a casa aumentaram, os empréstimos para empreender tiveram uma queda. Se em fevereiro do ano passado eles representavam 50,9%, no mesmo período deste ano eles corresponderam a 40,9%. A queda foi ainda maior quando se trata de novos negócios, com diminuição de 30%.

De acordo com CEO da Provu, pedidos para empreender costumam ser direcionados para pagamento de funcionários, estoque e fluxo de caixa. Na região Nordeste, são eles que predominam entre as solicitações, mas acabaram apresentando queda em diversos estados, conta Ramalho.

Para a economista, uma possível causa dessa diminuição pode ter sido a liberação de um lote de R$ 14 bilhões para crédito pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) para pequenos negócios e até microempreendedores individuais.

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