O reajuste nos preços dos combustíveis, anunciado nesta terça-feira (15) pela Petrobras, faz com que a Federação Única dos Petroleiros (FUP), veja o crescente aumento como uma evidência da urgente necessidade em acelerar o processo de ampliação do parque de refino nacional em busca da autoeficiência na produção de derivados de petróleo. Para que assim, haja uma redução ou até mesmo a eliminação da dependência que existe nas importações nos médio e longo. De acordo com dados da ANP, atualmente a demanda por derivados de petróleo no Brasil é de cerca de 2,4 milhões de barris por dia.
Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), as importações de gasolina representam, em média, cerca de 15% do consumo nacional, já o diesel retrata cerca de 25%. A dependência de importações no país tem impacto diretamente no mercado nacional.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, explica como o aceleramento para autossuficiência vai ser benéfico para o país. “Com a autossuficiência no refino, os impactos de custos de importação serão reduzidos e não mais influenciarão na formação dos preços no mercado nacional, contribuindo para abrasileirar os preços domésticos. As obras precisam ser aceleradas para que a autossuficiência chegue mais rápido”. Além disso, Bacelar afirma que o Brasil precisa fazer investimento na construção de uma nova refinaria, que seja moderna, do futuro, à base de óleo vegetal.
Hoje em dia as refinarias da Petrobras operam com cerca de 93% de uso da sua capacidade instalada, percentual que se mostra acima dos 65% apresentados anteriormente em alguns momentos no governo anterior, onde as importações de combustíveis eram superiores. O aumento da capacidade de refino faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo presidente Lula, no último dia 11 de agosto, com a amplificação de refinarias existentes e o término do trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) em Pernambuco.
O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) faz parte da cartilha de projetos do novo programa, entretanto seu escopo ainda se mostra insuficiente. O coordenador-geral da FUP, também vê a situação como uma necessidade de investimentos em uma nova unidade de destilação de petróleo, além também de uma unidade de processamento de gás natural e de lubrificantes.
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