
Os primeiros dias de sol no Porto da Barra, em Salvador, foram preenchidos com as mais variadas obras de arte nas esquinas e paredes. O artista baiano Carlos Augusto aproveitou a virada de ano para restaurar a cor em alguns pontos do local, esbanjando desenhos e muitas cores.
Com muita alegria e sempre com um sorriso no rosto, o artista pincelava as paredes e encantava a galera que passava pelo lugar. Em seus desenhos elaborados, ele fez menção a antiga Vila Pereira, que ficava localizada no Porto da Barra, e era um lugar de índios.
“Essa arte que eu estou fazendo aqui fala sobre a Vila Pereira, que era aqui no Porto. Eram índios negros, brancos, tinha, na história de baleia, como é que o óleo de baleia que o pessoal tirava, era um frigorífico de baleia aí e tudo. Aí eu fiz castanhas e botei as indígenas ali, que era a área de caboclos, de negros, de índios, tudo era aqui no porto”, descreveu o artista, que também comentou sobre ter registrado o nome de algumas pessoas em sua arte.
“São as pessoas que adoram a arte baiana, a arte brasileira, até mesmo mendigos. Aí tem nomes diversos, nomes de grandes estrelas estão aí, como tem lá Maria Bethânia. Tem de fotógrafo com Sérgio Alassari, Sérgio Pereira, escritor de livros e outros. Tem muita coisa”, explicou.

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Muralista e painelista desde os 12 anos, Carlos Augusto possui uma grande história no ramo artístico. Apesar de começar a carreira bem novo, estudando em escolas e cursos especializados, a primeira exposição em que exibiu sua arte foi na capital do Brasil, no Brasília Palace Hotel, sob convite da artista Heloisa Medeiros.
Daí em diante a história do pintor com a arte foi só crescendo e ganhando novos traços, participando de diversas outras galerias de arte, como no Heron Brasília Hotel, quando recebeu o convite de Luís Eduardo Magalhães, ministro das telecomunicações na época.
Se apresentando como artista expressionista, Carlos começou a expor as suas belezas artísticas em todo o canto do território nacional, como São Paulo, Bahia, Fortaleza, Recife e especialmente Brasília, onde mantém a exposição de autoria própria, deixando as pessoas maravilhadas. Ele inclusive chegou a participar de eventos internacionais.
“Participei do concurso da Itália, de Muni e Mago, de Luciano Benetton. Eles mandaram uma tela pra mim de 10 centímetros por 10, pra eu pintar um quadro. Aí eu pintei um sol, uma lua, botei uma pedrinha de pérola no sol. Eu escrevi: “Cósmos, cósmos, cósmos. Aí fui classificado”, disse.
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Com a marca registrada de ser “o único artista que faz painéis e coloca o nome das pessoas que gostam”, ele ainda foi premiado na caminhada, após participar da exposição internacional, como um dos maiores artistas do mundo, ao lado de outros baianos.
“Eles mandaram um catálogo pra mim, um catálogo que tem os maiores artistas do mundo. Inclusive um artista lá da França de agora. Tem Caciporé, artistas de todo o país, do Brasil e do mundo. Eu tô entre eles. Eu e mais seis da Bahia”, relembrou.
Uma aprendiz distante
As artes de Carlos Augusto não só renderam a admiração do público como também despertaram o interesse das pessoas em expressar as próprias inspirações, como o caso da chilena Nicole Santelices, de 36 anos, que mora há cinco anos na Bahia. Ela conheceu o artista através das obras expostas, inspirando-a a também reproduzir suas belas pinturas pelas paredes do Porto da Barra.
"Arte é um jeito de expressar sem ter que falar. Então para mim arte significa muito na minha vida. Sou professora de arte. Dentro de uma das formações que tenho, sou professora de arte de crianças. Então eu gosto muito que as crianças expressem através das artes, através da expressão", expressou a profissional, que também da aulas de Yoga no Morro do Cristo, toda sexta.
