
Depois dos escorpiões, vilões frequentes no noticiário, outros animais peçonhentos também podem representar riscos, inclusive dentro de casa. É comum encontrar aranhas, lagartas de fogo, lacraias, piolhos de cobra e até abelhas em ambientes urbanos. O alerta é para redobrar a atenção, principalmente nos períodos mais chuvosos e quentes, quando esses animais ficam mais ativos.
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De acordo com Jucelino Souza, Jucelino Nery, farmacêutico bioquímico, especialista em toxicologia clínica e diretor do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA), vinculado à Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), alguns exigem maior atenção. Veja os grupos:
Aranhas
Entre as aranhas, três gêneros são considerados de importância médica no Brasil: a armadeira (Phoneutria)o; a aranha-marrom (Loxosceles) e a viúva-negra (Latrodectus).
Muita gente acha que toda aranha marrom é venenosa, mas isso nem sempre é verdade
“A maioria das aranhas capturadas não corresponde à espécie perigosa”, afirma o especialista.
Os cuidados incluem manter a casa limpa, sacudir roupas e sapatos antes de usar e evitar encostar-se a locais escuros ou com acúmulo de entulho. Acidentes ocorrem, muitas vezes, durante a noite, quando a pessoa deita na cama sem notar a presença do animal.
Lagarta de fogo
Outro animal que pode causar acidentes sérios é a lagarta de fogo: "Elas também são consideradas animais peçonhentos. Então, o contato com elas, quando tem uma ação urticante, provoca o que se chama de queimadura. Há uma ação urticariforme no local do contato e que requer também um cuidado médico".

Lacraias e piolhos de cobra: dor intensa, mas sem risco de morte
Além desses, e aí já com a gravidade menor, tem a lacraia e o piolho de cobra. São dois espécimes de lagartas, animais que promovem picadas e isso leva a uma dor importante, mas não oferece nenhum risco de morte para a vítima.
Jucelino reforça que, apesar do medo comum, esses animais não representam ameaça grave: "Algumas pessoas imaginam até que o piolho de cobra, que é a conhecida centopeia, é pior do que a cobra. Isso é um mito".
Abelhas: riscos com múltiplas picadas
"Os acidentes por abelhas têm sido cada vez mais comuns, principalmente nas áreas urbanas. Acidentes com mais de 100 picadas geralmente evoluem para um caso grave. Então, aí tem todo um cuidado, requer uma ação especial no momento do atendimento", destaca.
Um ponto importante caso haja um ataque de abelhas com vítimas é o cuidado na remoção dos ferrões.
As pessoas não devem fazer a retirada do ferrão com os dedos
"Então, quanto mais tempo o ferrão fica ali, ele vai inoculando mais veneno, até eliminar todo o conteúdo da glândula. Mas, se eu faço a retirada com os dedos, eu acabo comprimindo aquela glândula, injetando todo o conteúdo ali de uma vez só", explica o toxicologista.
A orientação é usar um cartão, como os de crédito, para raspar lateralmente. "Ou então, se não tiver no momento um cartão, pode ser o lado contrário da faca, o que não tenha o corte". Dessa maneira, a glândula não será pressionada.

Uma pinça de sobrancelha também pode ser usada, puxando pelo local do ferrão que está em contato com a pele. Enquanto a remoção é feita, a vítima deve ser levada a uma unidade de saúde o quanto antes. "Tem que levar a vítima para a unidade de saúde mais próxima, ou acionar o SAMU", sugere o especialista.