A partida de um dos diretores do Ilê Aiyê, Paulo César, comoveu os integrantes do bloco nesta segunda-feira (18). Conhecido como César Black, ele morreu aos 72 anos, depois de passar um mês internado no Hospital das Clínicas, em Salvador. A causa da morte não foi divulgada. O sepultamento será realizado nesta terça-feira (19), às 10h, no cemitério Campo Santo, na Federação.
Em seus anos de atuação no bloco, ele colaborou com os projetos sociais e também no tratamento com os artistas. As boas relações garantiram que César Black fosse muito querido por todos. Ele deixou uma grande saudade nos familiares, amigos e admiradores.
Amigos exaltam a essência do diretor do Ilê
Em entrevista ao Portal MASSA!, o instrumentista Sandro Teles relembrou o acolhimento que recebeu de Black quando ingressou no Ilê, nos anos 90.
"Quando eu cheguei no Ilê em 1992, ele me deu um apoio muito grande, um suporte, e sempre me incentivou a focar nos meus estudos. Ele foi uma pessoa muito importante em minha vida lá dentro do Ilê Aiyê. Ele é um dos responsáveis por hoje eu ser quem eu sou, né? Eu devo muito a Paulo Sérgio Black, que foi um dos diretores que mais me apoiaram lá no Ilê Aiyê", contou.
Leia também: Morre diretor do Ilê Aiyê César Black
Sandro também falou sobre os seus sentimentos após receber a triste notícia: "Fiquei muito triste hoje com a perda dele, mas eu sei que Deus sabe todos os caminhos, sabe todos os destinos, e ele foi embora hoje porque era para ter sido mesmo, e eu espero que ele consiga chegar no Orum com muita luz, com muita serenidade e aceite a sua condição atual".
Quem também abriu o coração e se pronunciou sobre o falecimento de César Black foi o fundador e presidente do bloco, Vovô do Ilê. Abalado, ele resumiu a dor da perda do parceiro em uma postagem nas redes sociais. "Tristeza não tem fim! Siga em paz, querido amigo", escreveu.
Arany Santana se despede de César Black
Uma das maiores representantes dos bloco afros do país e ouvidora geral da Bahia, Arany Santana compartilhou com o Portal MASSA! um recado emocionante para César Black.
"Ah, meu amigo, meu amigo irmão Black! Não se esqueça que nós fizemos um trato de brincarmos juntos os 50 anos do Ilê Aiyê e você descumpriu. Eu sei, amigo, fugiu do seu controle... É, nós não temos mesmo domínio dos nossos desejos, das nossas aspirações e dos nossos sonhos", lamentou.
Emocionada, ela se despediu: "Foi Olorum que lhe chamou. Sabe por que ele lhe chamou? Porque ele precisava de você lá na África pra você organizar uma banda igualzinha a Banda Aiyê. E do lado de cá vamos nos virar pra achar um substituto à sua altura. Difícil, mas tentaremos. Vá em paz, meu irmão".