Dois estudantes e quatro docentes do curso de Medicina da Universidade Salvador (Unifacs), vão para a cidade de Benin, na África, para um projeto de assistência humanitária. A ação é uma iniciativa da Inspirali, ecossistema de educação médica, e acontece entre os dias 24 de janeiro e 07 de fevereiro de 2024. Os integrantes da ação vão levar atendimento médico a população, além de ampliar os conhecimentos e as práticas na atenção básica de saúde.
A ação e os participantes da expedição foram apresentados, na terça-feira, durante reunião, na Casa do Benin, no Centro Histórico de Salvador. De acordo com Paulo Jesuíno, diretor do curso de Medicina da Unifacs e regional da Inspirali, durante a missão os participantes terão a oportunidade de trabalhar lado a lado com profissionais de saúde locais, participar de atividades clínicas e comunitárias, e contribuir para a assistência médica e promoção da saúde da população beninense. “O objetivo é prestar atendimento à população carente e apresentar às autoridades sanitárias de Benin um pouco de como funciona a Atenção Básica em saúde no nosso país, baseado na Medicina de Família e Comunidade”, explica.
Neste momento, os alunos estão em fase de treinamento para que possam se envolver de forma efetiva nas atividades clínicas e comunitárias. Paulo relata que o treinamento também busca desenvolver a consciência intercultural relevante para as práticas médicas. “Os alunos que irão para a missão se encontram já nos períodos mais adiantados do curso de Medicina (a partir do quarto ano ou sétimo semestre), e recebem treinamento específico em encontros on-line pré-missão”, completa.
O diretor explica ainda que as necessidades de saúde da população de Benin não são muito diferentes da brasileira. “Favorecem as doenças crônicas como hipertensão e diabetes, assim como as doenças infectocontagiosas e a desnutrição, sobretudo nas crianças”, destaca. Dessa forma, os alunos e professores vão poder atuar por meio das diversas linhas de cuidado aprendidas no Brasil. “Estaremos levando, também, uma grande quantidade de medicamentos doados que serão usados nesses atendimentos”, ressalta o professor.
A expectativa de Paulo é que os alunos de Medicina da rede se sintam inspirados com a ação. “Esperamos que a visão humanitária, tão necessária para o exercício da profissão médica, se fortaleça, além de expandir a nossa atuação em saúde para populações vulneráveis”, acrescenta. Ao retornarem das missões, os alunos e professores vão participar de vários momentos em suas Instituições de origem de acolhimento, e ações para relatar suas experiências vividas na ação.
Outro ponto destacado por Paulo é o desenvolvimento da consciência intercultural, também importante na prática médica. Ele afirma que além do resgate histórico, essa é uma forma de retribuir o legado cultural que a África deu ao Brasil. Priscila Alkmim está no 10º semestre de medicina e foi selecionada para a missão. Veterana no programa, ela acredita que a imersão movimenta a vida. “A ida, além de nos tirar da zona de conforto, vai fazer uma enorme diferença no profissional da área de saúde que queremos ser para a sociedade”, completa.
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