28º Salvador, Bahia
previsao diaria
Facebook Instagram
WHATSAPP
Receba notícias no WhatsApp Entre no grupo do MASSA!
Home / Cidades

Racismo - 17/04/2023, 08:49 - Anderson Orrico

Agressora de entregador de aplicativo vai depor nesta segunda no Rio

Caso aconteceu no Domingo de Páscoa

Sandra Mathias agrediu entregador de aplicativo em São Conrado, no Rio
Sandra Mathias agrediu entregador de aplicativo em São Conrado, no Rio |  Foto: Reprodução

Na tarde desta segunda-feira (17), a ex-atleta e professora de vôlei, Sandra Mathias Correia de Sá vai depor na 15 DPª (Gávea). Ela foi flagrada atacando verbal e fisicamente o entregador de aplicativo Max Angelo dos Santos, de 36 anos. O caso aconteceu no Domingo de Páscoa e foi registrado como lesão corporal e injúria simples.

A polícia está avaliando se muda a acusação para injúria racial, que tem o mesmo peso jurídico de racismo. Na agressão, a acusada chega a usar a coleira do cachorro para chicotear o rapaz. O depoimento estava marcado para a quarta-feira passada, porém a defesa da ex-jogadora entregou um atestado médico alegando que a cliente estava machucada.

O advogado do entregador, Joab Gama, afirmou que o cliente já foi ouvido no dia das agressões, mas espera que seja chamado de novo para complemnetar as informações. Ainda segundo ele, novas testemunhas serão ouvidas nesta semana.

“Meu cliente nunca buscou visibilidade ou auferir qualquer tipo de lucro, mas sim que ela (a acusada) responda de forma criminal e que ao final seja condenada, para que sirva pelo menos como parâmetro para que outras pessoas não passem pela mesma situação que o Max está passando agora”, disse.

O caso envolvendo a ex-atleta e o entregador foi parar nas redes sociais e na imprensa, causando grande comoção. Em entrevista ao O Globo, Max, que é negro, mora na Rocinha e tem três filhos, disse que a agressão foi por racismo e que nunca se sentiu tão humilhado.

“É com a entrega que venho mantendo a minha família de pé. Sou pai de três filhos: de 13, 12 e 8 anos e não tive como esconder deles o que aconteceu. Eles assistiram na TV, viram na internet, leram nos jornais. Estava em toda parte que o pai deles sofreu racismo. E como explicar isso a eles? Conversei muito , mas não queria que meus filhos tivessem visto o pai deles apanhando. Mas, ao mesmo tempo, achei bom. Eles vão aprender a não abaixar a cabeça para ninguém, assim como eu aprendi. Vão descobrir que o racista é racista e isso não vai mudar. Meus filhos precisam estar preparados e falo sempre em casa: nunca passem por cima de ninguém e nunca achem que são melhores do que ninguém”, lamentou.

exclamção leia também